Com o objetivo de explorar a inovação na indústria chinesa, o professor Jorge Tello-Gamarra, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG-SAP), e o professor David Mayorga, do Centro de Estudios sobre China y Asia-Pacífico (CECHAP) da Universidad del Pacífico no Peru, realizaram uma viagem de estudo à China, no período de 19 de outubro à 5 de novembro deste ano. Desde 2022, Gamarra faz parte de um time de pesquisadores, formado por quatro membros, composto por David Mayorga, Martín Hernani-Merino e Júlio Zevallos do CECHAP-UP, tendo Gamarra como representante do Brasil e da FURG.
A pesquisa e a viagem foram financiadas pelo CECHAP e contaram com o apoio da Embaixada do Peru na República Popular da China, que ajudou a estabelecer conexões com empresas e instituições chinesas relevantes. Gamarra e Mayorga visitaram Beijing, Guangzhou (Guangdong) e Shenzhen (Guangdong), conhecendo sete empresas pertencentes aos setores de alta e média alta tecnologia, incluindo Huawei, Xiaomi, Sinopharm, Gezhouba Group, GAC Motor, ZTE e Honor. Eles também visitaram as instalações e centros de inovação destas das empresas, que incluíram a Huawei Bantian Base, a Huawei’s Xicun (Stream Village) e Huawei Sanyapo Campus.
Além disso, eles também conheceram quatro instituições de pesquisa, a Chinese Academy of Science and Technology for Development (CASTED), a Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS), e o Deep Space Explorration Lab (DSEL) China Institute of Atomic Energy (CIAE), este último afiliado ao China National Nuclear Corporation (CNNC).
Durante as visitas, os pesquisadores conduziram entrevistas semiestruturadas com diretores e executivos para identificar práticas inovadoras na indústria chinesa. O conteúdo destas entrevistas têm por objetivo identificar as melhores práticas sobre a inovação na indústria chinesa.
Para Gamarra a visita superou expectativas, “há dois anos, nossa equipe de pesquisa já investigava teoricamente a inovação no país asiático, então já tínhamos uma noção do que esperar. No entanto, dialogar com executivos e explorar as fábricas e centros de inovação se mostrou uma experiência extremamente valiosa, não apenas no âmbito da pesquisa, mas também como docente” completa.
Dentre toda a experiência profissional, a viagem também trará um vasto conhecimento acadêmico aos docentes. O professor da FURG destaca que “esta experiência, somada à pesquisa que está sendo realizada, será disseminada no dia-a-dia da sala de aula. Visto que, hoje, a China além de ser o país que mais produz conhecimento científico no mundo, também é um dos países que conta com uma das industrias mais inovadoras do mundo. Essas práticas inovadoras da China precisam ser explicadas aos alunos. Porque sem inovação a América Latina e o Brasil dificilmente serão desenvolvidos”, finaliza.
Por que estudar inovação na China?
Nas últimas décadas, a China tem ganhado maior protagonismo no cenário mundial, por seu acelerado crescimento econômico, expansão no comércio internacional e rápido processo de industrialização. No que tange à industrialização, segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), a China ficou em 43º lugar no Global Innovation Ranking 2010. Porém, no último relatório publicado em 2023, o país alcançou o 12º lugar, superando países como Japão, Israel e Canada. Assim, entender quais são alguns dos fatores detrás capacidade que a indústria China tem para inovar é o tema central da equipe de pesquisa internacional.
