CULTURA

Baile da Tamborada é atração da Acolhida Cidadã

Evento acontecerá dia 29 de março no Campus Carreiros da FURG

 

Rio Grande é a próxima cidade a receber O Baile da Tamborada, evento de rua que acontecerá  no dia 29 de março, a partir das 16h, no estacionamento do Centro de Convivência do Campus Carreiros da FURG. O projeto do cantor, compositor e produtor cultural Kako Xavier e da Tribom Produtora foi aprovado no Edital Artes de Espetáculo, da Secretaria  de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac), e percorrerá cinco cidades do Estado. Após a estreia na praia de Cidreira, no dia 11 de fevereiro, o espetáculo chegará a Rio Grande com uma estrutura que também  abre espaço para a valorização da economia criativa local.

 

Kako Xavier , que é pesquisador da história dos tambores do Rio Grande do Sul, diz que leva ao público a mistura do baile gaúcho com os tambores nativos do Estado. Com repertório autoral, são apresentadas músicas consagradas na voz do artista nos principais Festivais de Música Regional.  "É um trabalho que eu venho desenvolvendo desde 2012, quando circulamos através do  Sesc por todo o Brasil, contando e recuperando a história dos tambores do Rio Grande do Sul. A partir de 2015 eu voltei para Pelotas e  transformei a minha casa na Casa do Tambor, que é a sede do projeto Tamborada", destaca Xavier.

 Os protagonistas

Dois tipos de tambores, o tambor praieiro e o tambor de sopapo, são os protagonistas do espetáculo. O praieiro foi criado por Kako Xavier em 2017, já histórico tambor de sopapo (ou grande tambor) foi tombado como Patrimônio Imaterial Pelotense em agosto de 2021.

Acompanham o artista e o grupo, integrantes da Invernada Adulta do CTG Thomaz Luiz Osório, de Pelotas. “A Tamborada une pessoas de diferentes cidades, de diferentes etnias, gêneros, olhares profissionais e pessoas que inicialmente não tinham ligação com a música. É um projeto em que eu provoco  a cultura do Rio Grande do Sul a enxergar o tambor como um instrumento gaúcho. As músicas são autorais, a confecção dos tambores é artesanal e esse é o trabalho que estou levando à FURG”, explica o artista, afirmando que trata-se de uma música bem gauchesca. “À bateria, baixo, violão, gaita e trombone, adicionei o projeto Tamborada, colocando quinze tambores para tocar com essa banda base. Então essa é a mistura do Tamborada com o baile gauchesco, propondo um novo som para o Rio Grande do Sul. Mais adiante, no projeto, vou querer misturar, por exemplo, a Tamborada com uma banda de rock”,  complementa.

Xavier conta ainda que com tais eventos com acesso gratuito também são uma oportunidade para o pessoal expor comida, roupa, artesanato, contemplando assim  representantes de coletivos femininos, indígenas, de africanidades e gauchescos, entre outros. Sobre o espetáculo na Furg, o cantor diz que trata-se de um merecido presente para a Universidade e para Rio Grande. “A FURG traz o olhar do estudante e  este olhar faz parte da minha estratégia de além de mostrar a presença do tambor na cultura gaúcha, mostrar a presença do povo negro na construção do Rio Grande do Sul", finaliza.

O  pró-reitor de Extensão e Cultura da FURG, Daniel Prado diz que o Baile da Tamborada é um bonito presente para a comunidade universitária justamente no período em que ocorre a Acolhida Cidadã. “É o momento de chegada e de recepção dos calouros e dos alunos veteranos. Estamos felizes de receber os alunos com muita celebração, com muita alegria, dando o pontapé inicial na retomada desse ano, que é um ano de virada  não só para as instituições públicas de ensino superior, mas para Brasil,  mostrando que a universidade é uma ferramenta de transformação social muito poderosa”, afirma Prado. Além de Cidreira e Rio Grande, o projeto passará também pelos municípios de Porto Alegre e Caxias do Sul, com o encerramento em uma cidade gaúcha que ainda a ser definida.