FURG sedia a Conferência de Educação da Cidade do Rio Grande

A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) recebe na quarta e quinta-feira (15 e 16), no Centro Integrado de Desenvolvimento Costeiro e Oceânico do Extremo Sul (Cidec-Sul), profissionais da educação e demais interessados na temática para a Conferência de Educação da Cidade do Rio Grande. O evento tem por objetivo promover a discussão e validar o texto base do Plano Municipal de Educação.  A Reitora da FURG, Cleuza Dias, participou da mesa de abertura na manhã de quarta-feira, ao lado do vice-prefeito do Rio Grande, Eduardo Lawson, e de representantes municipais e estaduais da área de educação. A Reitora destacou a importância das discussões sobre Programa Municipal de Educação e agradeceu pela oportunidade de participação da FURG nesse debate. “É um processo de importância muito grande para a Educação em todos os níveis e a Universidade tem um papel relevante, pois é responsável pela formação de professores. Este espaço é de acolhida; não é FURG, é sociedade”, afirma, ao ressaltar a função social da Universidade e expansão pela qual passa a instituição. Durante a Conferência, a FURG esteve representada por 14 delegados nas oito mesas que discutiram sobre as estratégias do Plano Municipal de Educação (2015-2025) para atender às metas estabelecidas pelo Plano Nacional, com ênfase no debate sobre a articulação do Ensino Superior com a Educação Básica. “A contribuição da FURG é principalmente fortalecer o entendimento de que o Ensino Superior e a Educação Básica devem ser articulados em regime de colaboração”, explica a representante da Comissão designada pela FURG para discutir a matéria, Letícia Chaplin. O texto final, aprovado durante a Conferência, será enviado para apreciação do legislativo municipal. Educação: Um ato político A programação da manhã de quarta-feira contou também com a palestra do pró-reitor de Assuntos Estudantis da FURG, Vilmar Pereira, “Educação como Ato Político: reflexões no contexto do Programa Municipal de Educação (PME) – Rio Grande”, e de apresentações de músicas autorais de alunos do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente “Cidade do Rio Grande” (Caic), como parte do Projeto Vivências Musicais. Ao tratar a educação como ato político, Pereira centrou a sua exposição na perspectiva de Boaventura de Sousa Santos, de discutir a educação com base no lugar de onde se fala, rejeitando os modelos dos grandes centros. “Todo ato educativo jamais é neutro. É um ato político”, explica. O professor apresentou um panorama de diferentes entendimentos do conceito de política ao longo da história, buscando desmistificá-lo na sua relação com a educação.Refletindo sobre a realidade brasileira, Pereira reforçou as ideias do filósofo Dermeval Saviani: a educação deve investir nos saberes locais e repensar os seus currículos, de forma a fortalecer a escola como instrumento de emancipação.  “Há a necessidade de uma educação menos hierárquica e mais colaborativa, que discuta o modelo socioeconômico. Precisamos de uma educação pública, popular e emancipatória” conclui, ressaltando a perspectiva de Paulo freire: “para a educação ser libertária, o opressor não pode estar no comando”.

 

Subject: Arquivo