A Universidade Federal do Rio Grande (FURG), integrando as celebrações alusivas ao Março Lilás, promoveu uma série de ações pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado mundialmente no dia oito deste mês. As ações foram uma iniciativa da Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas e Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, em parceria com a Prefeitura Municipal do Rio Grande.A FURG concentrou as atividades na sexta-feira (20), com a Mesa Redonda “Mulheres no Serviço Público”. A abertura do encontro contou com a apresentação musical do projeto Talentos da FURG, com a participação dos Técnicos-Administrativos em Educação (TAE´s) Ramon Silva da Cunha, servidor da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, e Eduardo Carvalho Pereira, do Núcleo de Tecnologia da Informação. A iniciativa tem por finalidade identificar os servidores com habilidades artísticas e de gestão para a criação de um banco de talentos, com o objetivo de reconhecer e valorizar ações prestadas à comunidade universitária. No projeto, são desenvolvidas atividades nas áreas plásticas, musicais, cênicas e de gestão, com intuito de destacar o fazer artístico dos servidores. Em seguida, subiram ao palco do Cidec-Sul a Reitora da FURG, Cleuza Maria Sobral Dias, a professora visitante sênior da Universidade Federal da Grande Dourados e especialista em questões de gênero, Ana Colling, a militante da Marcha Mundial das Mulheres e assessora da Sociedade Civil de Interesse Público Guayi, Maria do Carmo Bittencourt, e a professora Susana Veleda, do Núcleo de Análises Urbanas do Instituto de Ciências Humanas e da Informação (ICHI), que foi a mediadora do diálogo.“Ainda hoje, presenciamos, seguidamente, a desqualificação do feminino. Exemplo disso é a questão da maternidade, comumente utilizado como signo da desigualdade entre homens e mulheres, como se menstruação e gravidez fossem símbolos de inferioridade. (...) Entre tantas colocações filosóficas, resgatando na história as profissões que há tempos eram típicas de mulheres, precisamos reconhecer de uma forma geral que atualmente as mulheres estão assumindo todos os postos de trabalho. E que inclusive, constituem a maioria nos bancos universitários do país”, disse Ana Colling.De acordo com Maria do Carmo Bittencourt, as mulheres têm sido sempre colocadas à margem das situações sociais, especialmente no serviço público. “Nós somos sempre despachadas pro cantinho. Por isso, precisamos bater à porta, chutar e entrar já que, para os homens, as portas já estão abertas. Quando nos colocamos contra eles, na verdade, estamos combatendo a cultura machista, um tipo de violência que é multifatorial”, comentou.Em seu pronunciamento, a Reitora Cleuza Dias apresentou dados acerca da comunidade feminina na universidade, destacando a crescente superioridade em números tanto de trabalhadoras como estudantes ao longo do tempo. “Sou mulher, sou filha, mãe de dois filhos homens e avó. Hoje, trabalho como Reitora no sentido de transformar a Universidade. No Brasil, atualmente, somos 21 reitoras em um universo de 63 dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior. No ano 2000, esse número era de apenas quatro. É preciso reconhecer esse crescimento nesse contexto e em todas as áreas do conhecimento como um grande salto, entendendo que as críticas e classificações que recebemos fazem parte da luta pela conquista dos espaços”, disse a Reitora.Durante a apresentação, Cleuza também sugeriu a discussão acerca de temas como dupla jornada de trabalho, aspectos salariais, respeito ao estilo de vida de cada mulher, bem como desafios e dilemas enfrentados nessa trajetória. Ao final, o público participou com questionamentos direcionados às integrantes da mesa, em um momento de interação e reflexão.Durante todo o dia, os participantes do Março Lilás puderam conferir a Exposição Mulher, realizada no hall do Cidec-Sul, promovida pelos grupos de pesquisa e projetos de extensão da Universidade. Em bancas organizadas, as expositoras apresentaram trabalhos produzidos durante os últimos meses.
