41ª Feira do Livro: Publicação sobre novelas de Carlos von Koseritz será lançada

Desaparecidas. Não encontradas. Não existe mais. Talvez em alguma biblioteca particular. Essas são as expressões que relatavam o destino de três novelas publicadas pelo jornalista e político Carlos von Koseritz nos anos em que em morou em Rio Grande e Pelotas. Contrapondo-se às publicadas no período em que morou em Porto Alegre, suas obras eram somente referências em livros publicados há mais de 50 anos, cujos originais teriam sido perdidos, mesmo sendo procurados por estudiosos em todas as bibliotecas públicas e privadas, brasileiras ou estrangeiras.

Apesar desse longo histórico, três obras do início da sua carreira foram encontradas por um grupo de pesquisa da FURG, o que resultou na dissertação de Mestrado defendida em 2013 pela atual doutoranda Juliane Cardozo de Mello e agora no livro Carlos von Koseritz: Novelas, cujo lançamento está programado para o sábado (8), às 21h, na 41ª Feira do Livro da FURG, na praia do Cassino.

Cerca de 150 anos depois de publicadas, as duas novelas estavam escondidas no acervo da Bibliotheca Rio-Grandense, por erros de catalogação ou por falta de dados no exemplar. A terceira novela permanece guardada em uma biblioteca particular, mas o texto foi cedido para esta publicação.

A novela "Um Drama no Mar" foi localizada primeiramente em formato de folhetim no extinto jornal rio-grandino "Eco do Sul", com autoria atribuída ao pseudônimo X. Y. Z. Após, encontrou-se um exemplar de uma novela homônima, sem capa e, portanto, sem indicação de autor, data ou local de publicação, mas com texto igual ao do folhetim publicado no "Eco do Sul". A definição de autoria só foi comprovada por um anúncio publicado no mesmo jornal em 18 de abril de 1863, divulgando a venda da novela de mesmo título com autoria do jornalista.

A segunda novela, "Laura, Também um Perfil de Mulher", foi publicada em Rio Grande em 1875. Assim como a anterior, esta obra vinha sendo considerada desaparecida pela crítica, mas foi encontrado um volume da primeira edição na Bibliotheca Rio-Grandense, que conseguiu permanecer distante dos pesquisadores nas últimas décadas por não estar catalogada, já que estava encadernada junto a um livro didático igualmente editado em Rio Grande, sendo encontrado nas pesquisas sobre os livros publicados por autores locais.

A novela "A Donzela de Veneza" (1859), apesar de ser a obra mais antiga de Koseritz das três resgatadas, foi a última obtida através do professor pelotense Luis Borges. O esclarecimento biográfico e bibliográfico de Koseritz, bem como a recuperação de seus livros considerados desaparecidos pela crítica e historiografia, torna-se fundamental para elucidar uma parte obscura das letras sul-riograndenses e que renasce agora com o lançamento desse livro pelo Instituto Estadual do Livro do Rio Grande do Sul.

 

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