Desafios Tecnológicos - Naval e Offshore na programação da Navtec

Na manhã desta quinta-feira, 14 de março, foi realizado o primeiro painel da Navtec 2013, com o tema Desafios Tecnológicos Naval e Offshore: Interação Academia-Empresas, sob a coordenação do secretário de Estado de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico Cleber Prodanov. Na ocasião, estiveram presentes, como painelistas, o diretor da ONIP, Carlos Camerini, o diretor de contrato da Ecovix, José Simão Filho, o diretor geral da Quip, Miguelangelo Thomé, também o presidente do Estaleiro EBR, Alberto Padilla, o diretor de Operações e Negócios do IPT/SP, Carlos Padovezi, o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Floriano Martins Pires Jr, e o diretor geral do Estaleiro Ecovix, Heder Clemente dos Santos.

Entre as exposições, Carlos Camerini destacou "a necessidade colocar recurso pro desenvolvimento tecnológico brasileiro. Só tem um jeito de conseguir isso: é esse movimento ser puxado pelas universidades. Se for puxado pelas empresas e não pelas universidades, isso não vai dar certo", disse o o diretor da ONIP.

Para Heder Clemente, os desafios giram em torno de qualificação. "Se a gente chegasse aqui e tivesse mão-de-obra qualificada, estaria tudo resolvido. Mas não temos. Daí a gente traz o pessoal de fora, vindo de Pernambuco, Bahia, e outros lugares, e esse pessoal vem, e traz também os defeitos dessas regiões. E assim cria-se um clima indesejado. O estaleiro não é uma obra, é uma indústria, então tem que perpetuar e, para isso, tem que haver convívio geral com todas as entidades, especialmente com as universidades. Nós temos prazos a cumprir, o Pré-sal está aí, e nós temos que dar resposta", comentou o diretor geral do Estaleiro Ecovix.

De acordo com Cleber Prodanov, a situação atual é de reconstrução. "A gente vive um momento de reconversão de muitas pessoas que estão fora do sistema do mundo do trabalho e que precisam ser capturadas, atraídas para uma formalidade. Esse tem que ser um trabalho de formação, além de um trabalho social que tem que ser feito para que a gente não exporte os empregos do RS. O programa desenvolvido pelo governo gaúcho "Pacto pela Educação", no ano passado formou quase 70 mil pessoas, talvez não na quantidade e na velocidade que o setor espera, mas estamos muito atentos e sensíveis", destacou o secretário de Estado.

"O dinheiro tem que ser aplicado em duas vertentes: naquela que cria a tecnologia e na que aplica tecnologia. O nosso desafio é esse, entender que o nosso trabalho não é de competição, mas de complementaridade. Precisamos prestar atenção e entender que todos têm uma parcela. É preciso colaborar sempre e competir se não houver alternativa", disse Miguelangelo Thomé, diretor geral da Quip.

Segundo presidente do Estaleiro EBR, Alberto Padilla, "qualquer polo precisa de infraestrutura. Se ela não for adequada, o polo não vai ser produtivo e competitivo. Se eu não tenho uma boa estrada, por exemplo, se eu não tenho como chegar, eu não vou ser produtivo. A estrutura da cidade tem que andar na velocidade necessária. E isso diz respeito à capacidade de comunicação, moradia, transporte coletivo, entre

outros aspectos", argumentou Padilla.

"A produtividade, que deve ser buscada sempre, em qualquer empresa, ela só vai ser obtida se a mão-de-obra for muito qualificada. Acho que o Brasil ainda tem muitos problemas na educação de base, situação que vem de décadas. Esse painel fala em desafio, e eu coloco este como um grande desafio, conseguir colocar mão-de-obra qualificada nas nossas indústrias. Nós estamos numa retomada da indústria naval no país, e Rio Grande é o símbolo dessa retomada, já que, nesse momento, estão se concentrando aqui estaleiros importantes com grandes encomendas", comentou Carlos Padovezi, do IPT/SP.

Para o presidente da SOBENA, "falta uma política nacional integrada de construção naval. A palavra integrada é a palavra chave, que articule as diversas determinações e diversos aspectos setoriais. O tempo e o custo das ações constituem uma grande ameaça nesse ciclo de maturação dos projetos de tomada de decisão no Brasil, especialmente na indústria naval", acrescentou Floriano Pires Junior.

A programação da Navtec tem continuidade nesta sexta-feira, 15, com a apresentação do Painel 2: Perspectivas de Tecnologias Energéticas para o Brasil, a partir das 10h da manhã. Além disso, o último dia da conferência será marcado pela apresentação de palestras internacionais, no Cidec-Sul, integrando a programação da segunda Feira do Polo Naval.

 

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