Cesto básico em Rio Grande sobe 0,23% em novembro

A pesquisa realizada pela equipe de bolsistas da FURG constatou que o Cesto Básico em novembro registrou um aumento de 0,23% em Rio Grande e 1,13% em São José do Norte comparado com o mês anterior. Especificamente no balneário Cassino, houve uma diminuição no custo do cesto básico, em 1,08%.

De acordo com o Centro Integrado de Pesquisas (CIP), que é vinculado ao Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Iceac), o custo do cesto básico para Rio Grande foi de R$ 496,11. No mês anterior, o valor havia sido de R$ 494,98.

Os produtos que mais contribuíram para elevação do custo do cesto foram o tomate, o presunto magro fatiado, o sal e a laranja. O tomate e a laranja pertencentem ao grupo in natura. Porém, não ocorreram somente aumentos de preço na cidade. A batata inglesa, o vinagre de álcool e o desinfetante tiveram uma redução no preço.

No município de São José do Norte ocorreu aumento no preço do cesto básico em novembro na comparação com o mês anterior, passando de 493,16.R$ para 498,73. Os produtos que influenciaram positivamente foram o pão francês (17,65%), tomate (16,30%), repolho (11,76%) e o queijo lanche/mussarela fatiado (11,25%). Alguns produtos obtiveram queda no preço, podendo ser citados a cebola, o mamão, a alface e a bata inglesa, com queda de 26,32%, 21,50%, 17,86% e 14,29%, respectivamente.

O cesto básico para o balneário, que entra em temporada de veraneio neste mês, foi de R$ 518,05, sendo constatada uma diminuição de 1,11% comparando ao mês anterior, quando seu valor foi de R$ 523,73. Os produtos que influenciaram esse resultado foram o sabão em barra, a carne de frango e o vinagre de álcool, com queda no preço de 38,45%, 17,41%, 15,75%, respectivamente. A contribuição que a carne bovina teve para a diminuição no preço que foi de 0,61%.

Alguns produtos tiveram aumento no preço. Entre os principais podem ser os citados o repolho (48,31%), presunto magro fatiado (38,76%), laranja (32,72%) e o tomate (30,28%).

Explicação do CIP dos motivos das variações de alguns produtos

Analisando o ciclo de aumento e diminuição dos preços nas três localidades analisadas, podemos contatar que o tomate está entre os produtos que tiveram a maior variação positiva. O RS recebe tomates de outros estados neste período, pois não consegue abastecer sozinho os gaúchos. No Estado gaúcho a produção inicia no final do mês de outubro até o mês de dezembro.

Segundo a gerência técnica das Centrais de Abastecimento do RS (Ceasa), devido à quebra de produção no centro do país, pelas fortes chuvas, nesta época está sendo trazido tomates para abastecer o RS do estado do Espírito Santo. Na safra retrasada de tomate as lavouras haviam crescido em torno de 40%, principalmente na região do Espírito Santo. A produção foi muito grande e o preço havia caído por este aumento.

Esse fator desmotivou a última safra, fazendo com que a produção diminuísse. Com a diminuição da oferta de tomate no mercado, aliado com o clima adverso que atingiu o sudeste, o preço subiu.

A baixa no preço da carne foi prevista pelo Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), que aponta como motivador para desvalorização a compra de aproximadamente 10 toneladas de carne de outros estados. A entrada da matéria-prima de fora não é em vão.

A seca reduziu a oferta para abate. Em junho, segundo o sindicato, a queda foi de 22% em relação a maio, caindo de um total de 116.305 para 89.846 cabeças. Houve redução também em relação ao mesmo período de 2011, em que os associados do sindicato, que respondem por 80% do abate oficial, processaram 101.130 exemplares. A concorrência da carne de fora, mais barata, obriga a uma desvalorização da carne daqui, que tem muito mais qualidade.

A batata inglesa teve queda no preço em Rio Grande e em São José do Norte. A queda de preços no mês reflete a normalidade da oferta devido ao inicio da colheita das safras nas principais regiões produtoras (Rio Grande do Sul, Paraná. São Paulo). A batata é uma planta que exige frio, principalmente à noite.

No município de São José do Norte foi constatada uma diminuição no preço da cebola em 26,32%. Os agricultores tiveram prejuízo na safra da cebola com uma quebra que pode chegar a 50%. Além da redução outro problema é a mão-de-obra para colher a cebola que ainda está no campo. A área de plantio da cebola em Rio Grande soma 800 hectares. A expectativa era colher 20 mil toneladas do produto, mas segundo técnicos da Emater a redução pode ultrapassar as 8 mil toneladas. A quebra foi causada pela chuva de granizo e o forte vento que atingiu as plantações em setembro deste ano. A cebola não cresceu o suficiente para atingir um bom preço de venda. Além disso, a alta competitividade da cebola importada vinda da Holanda, resulta em uma diminuição ainda maior no preço da saca.

 

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