"À Margem do Concreto" na Mostra pelo Cinema

Nesta quarta-feira (10) a Mostra História pelo Cinema exibirá o documentário "À Margem do Concreto", de Evaldo Mocarzel. Realizado em 2006, o filme aborda a luta pela moradia na cidade de São Paulo, acompanhando a rotina de algumas ocupações e o depoimento de vários líderes desses movimentos. Após a exibição do filme haverá uma conversa sobre o tema com o arquiteto Edu Rocha, professor da Escola de Engenharia da FURG - Área de Expressão Gráfica, mediada por Marcelo Gobatto, videoartista e realizador dos documentários Olhares da Cidade e Ocupação 20 de novembro.

A Mostra História pelo Cinema tem como objetivo ver e discutir a produção audiovisual contemporânea que trata os efeitos da globalização e os grandes deslocamentos populacionais. É uma realização do Ncorpoimgem - núcleo de investigação, e coordenada pela artista Claudia Paim, professora do Curso de Artes Visuais/FURG. Ocorre toda quarta-feira, às 19h, no miniauditório do Instituto de Letras e Artes (ILA).

Documentário

"À Margem do Concreto" é um documentário com 84 minutos de duração sobre os sem-teto e os movimentos de moradia em São Paulo. Captado em vídeo digital e com cópia final em 35mm, o filme recebeu verba de pesquisa do Fundo de Documentários do Sundance Festival, em 2002.

Há atualmente vários edifícios ocupados na região central da cidade. À Margem do Concreto mostra a atuação da União dos Movimentos de Moradia (UMM) em São Paulo, que reúne vários grupos envolvidos na luta por habitação, reurbanização de favelas, reforma de cortiços e prédios vazios. São eles: Fórum dos Cortiços, Unificação das Lutas de Cortiços (ULC), Movimento de Moradia do Centro (MMC) e Movimento dos Semteto no Centro (MSTC). O filme traz entrevistas com as principais lideranças desses movimentos.

O documentário acompanha a rotina de vida nessas ocupações, o revezamento na limpeza dos prédios, as dificuldades de administração, o pagamento coletivo das contas de água e luz no fim do mês, a relação de vizinhança onde se tem muito pouca privacidade. Também a insegurança e a angústia de quem tem a consciência de estar na ilegalidade e sem moradia.

O filme mostra a relação entre os movimentos, seus líderes e a população. Também as regras para que as pessoas sejam aceitas nas ocupações, como o abandono do álcool e das drogas, a frequência e a participação em assembleias e atividades coletivas. Como é a orientação e o direcionamento político nas ocupações organizadas?

O foco é o embate entre o valor social da habitação e o valor comercial para a especulação imobiliária, principalmente no centro de São Paulo, que, segundo o geógrafo Milton Santos, é uma região que vive uma espécie de esquizofrenia do espaço urbano. Camelôs se digladiando com comerciantes, moradores de rua, bancos, escritórios, catadores de papel, poder público e patrimônio histórico e cultural. Todos os agentes do espaço urbano estão atuando ao mesmo tempo e todo programa de habitação de interesse social acaba se defrontando com todos esses conflitos.

Ficha técnica

Direção: Evaldo Mocarzel

Produção Executiva: Zita Carvalhosa

Direção de Fotografia: Jorge Bodanzky

Roteiro: Evaldo Mocarzel e Marcelo Moraes

Montagem: Marcelo Moraes

Coordenação da Pesquisa e Consultoria: Cristiane Benedetto

Distribuição: Mais Filmes

Uma produção 24 VPS Filmes

Co-produção: Casa Azul e Superfilmes

Patrocínio: Petrobras (Lei de Incentivo à Cultura)

Lei do Audiovisual (Sabesp)

Apoio Cultural: Quanta

Apoio: Estúdios Mega/Megacolor

Filme contemplado em Seleção Pública pelo Programa Petrobras Cultural 2003.

Filme contemplado pelo Programa de Fomento ao Cinema Paulista.

Prêmio do Público, Prêmio especial de Júri e Melhor Som no Festival de Brasília de Cinema Brasileiro 2005.

Melhor Documentário (Prêmio OCIC/SIGNIS) - Jornada Internacional da Bahia 2006.

Melhor Documentário no Festival do Rio 2006.

Melhor Documentário no Festival Direitos Humanos ALC 2006

Melhor Longa-Metragem Documentário no 3º Festival de Belém do Cinema Brasileiro

 

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