Presidente Lula inaugura polo naval

Reitor e vice-reitor da FURG participaram da solenidade

O município do Rio Grande viveu nesta quinta-feira, 21, um dia histórico. Foi inaugurado, por volta das 13h, o Polo Naval do Rio Grande, no maior dique seco da América Latina, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Durante toda visita do presidente à cidade e ao dique, o reitor da FURG João Carlos Brahm Cousin e o vice-reitor Ernesto Luiz Casares Pinto acompanharam a comitiva presidencial. Na solenidade, que o reitor acompanhou do palco das autoridades, participaram também os ministros da Educação Fernando Haddad e dos Portos, Pedro Britto, além do governador eleito Tarso Genro, de autoridades locais e representantes das empresas e dos trabalhadores do polo.

Irineu Fagundes, representante dos trabalhadores, ressaltou o orgulho que sentem os que trabalharam por quatro anos no projeto. Para o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, os trabalhadores do polo naval de Rio Grande podem se orgulhar, pois construíram o segundo maior dique do mundo. Lembrou que quatro anos atrás, ao lançar o estaleiro, a Petrobras disse que não seria só um dique seco e que a obra gigantesca iria consolidar o RS como polo naval nacional. Isto graças à sua decisão de retomar a indústria naval no país, com obras no Brasil, construídas por brasileiros, gerando emprego e renda no Brasil, disse ele ao presidente Lula.

Gabrielli falou na P55, que já está sendo produzida no Estaleiro Rio Grande, como um fator de integração nacional, pois grandes peças estão sendo construídas em Rio Grande para o deckbox e outras partes estão em construção em Pernambuco. Estas duas etapas serão unidas futuramente, em Rio Grande. Ainda citou a inovação tecnológica, que permite a construção de plataformas não mais em cima de cascos adaptados, mas sim, como as oito que serão feitas em Rio Grande, com cascos construídos especificamente para montagem das plataformas. E mais um motivo de orgulho para todos nós, disse Gabrielli, estas serão as primeiras plataformas totalmente construídas no Brasil e também as primeiras a serem usadas na

exploração do pré-sal brasileiro.

O ministro Pedro Britto falou dos investimentos do governo federal no Porto do Rio Grande, o segundo maior e mais bem equipado do Brasil, conforme Britto. Segundo ele, são os maiores investimentos nos últimos 30 anos: quase R$ 750 milhões, entre dragagem de aprofundamento e recuperação dos Molhes, além da previsão de novo berço de atracação e da segunda etapa de dragagem.

COMPETÊNCIA BRASILEIRA Mostrando-se à vontade com os trabalhadores, o presidente Lula disse que os governos anteriores não acreditavam na capacidade e competência dos brasileiros para construir grandes obras e transformar o país numa grande nação. O povo brasileiro, havia 25 anos, não via o Brasil fazer grandes investimentos e gerar muitos empregos, disse Lula.

Falou também sobre as Engenharias: engenheiros se formavam e iam trabalhar de analistas financeiros por que queriam trabalhar e não tinha mais emprego na engenharia brasileira. Nós, em 89, tínhamos 50 mil escritórios de engenharia neste país. Quando eu tomei posse, a gente estava apenas com oito mil escritórios de engenharia neste país. Agora nós estamos recuperando a formação dos nossos engenheiros. Não tinha mais Engenharia Naval, não tinha mais Engenharia Ferroviária. Este país estava predestinado a ser um país importador de coisas que nós, em outros tempos, já tínhamos sabido produzir.

Para o presidente, o Brasil pode ser a quinta economia mundial nos próximos oito anos. Somente a Petrobras, tem que fazer, até 2014, US$ 224 bilhões de investimentos. Por trás disto, disse Lula, muitas empresas virão para o Brasil, com investimentos em tecnologia, e será criada uma indústria poderosa em torno da Petrobras, por conta da exploração do petróleo e do pré-sal. Falou das novas refinarias em construção e a necessidade de barcos e equipamentos de apoio para o setor.

Lembrou da angústia dos trabalhadores quando esteve em Rio Grande para o lançamento da P53, por não ter outra plataforma em vista. Aí nós mandamos para cá a P-55, disse Lula. Vocês, agora, vão ter uma coisa diferente. Vão entrar oito cascos de navio para fazer aqui. Isso vai dar quanto tempo de trabalho, aí? Vai dar pelo menos seis anos de trabalho, no mínimo. Agora, até lá, vão entrar mais outros oito. Ou seja, isso aqui vai virar uma produção em série de cascos de navio.

 

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Autoridades no palco da solenidade (foto Raquel Santos)

Autoridades no palco da solenidade (foto Raquel Santos)

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