Programa AguaAN prepara comemorações de 10 anos

O Programa Agilização do Gerenciamento para Utilização de Águas com Algas Nocivas (AguaAN), desenvolvido pela Unidade de Pesquisas em Cianobactérias (UPC) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), completa uma década de atividades em 2010. As comemorações serão realizadas no mês de agosto, durante a semana de aniversário da FURG, e a equipe está realizando os preparativos para marcar os 10 anos de atuação ativa em análises de toxicidade de águas em consultorias em São Paulo, Brasília, Alagoas, Paraná, Ceará, Uruguai e em todo o estado do Rio Grande do Sul.

O coordenador da UPC/FURG, Prof. Dr. João Sarkis Yunes, destaca que os profissionais do programa contam com dois representantes da FURG nas reuniões da Revisão da Portaria da Potabilidade da Água em Brasília e assessoram diversas agências e órgãos federais nas questões da potabilidade da água referentes a cianobactérias e cianotoxinas.

O AguaAN foi criado como projeto de políticas públicas para concorrer ao edital 01/1999 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Os primeiros parceiros diretos foram as empresas de saneamento Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan, Rio Grande do Sul), Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE, Porto Alegre), Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep, Pelotas) e Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb, Bagé).

Yunes lembra que os recursos concedidos pela Fapergs alcançaram somente 75% do solicitado no edital, para centralizar as análises de cianotoxinas em um único laboratório estadual, havendo então a contrapartida da Corsan para totalizar os recursos necessários. Logo no primeiro ano, houve monitoramento de cianobactérias nocivas nos mananciais de interesse das quatro empresas, mas, a partir de 2002, o trabalho ficou concentrado na parceria com a Corsan, que permitiria a maior cobertura geográfica do Rio Grande do Sul.

Expansão

Nos anos seguintes, as atividades foram ampliadas a outros estados. Para o estado do Paraná, o AguaAN realizou mais de 100 análises de cianotoxinas entre 2003 e 2006 para a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e realizou o controle de cianobactérias e cianotoxinas na água fornecida à Refinaria Araucária, da Petrobras, entre 2005 e 2007. Trabalho idêntico com mananciais para abastecimento de Refinarias também foi realizado no Rio Grande do Sul, na captação no Rio dos Sinos da Refinaria Alberto Pasqualine (Refap) do consórcio Petrobras-Repsol, entre 2005 e 2009. O auge deste trabalho de monitoramento foi o Projeto de Recuperação da Qualidade da Água do Lago intermediário da captação, com a remoção de animais e colocação de plantas aquáticas.

De acordo com o coordenador, esse trabalho proporcionou o maior retorno técnico de aprendizado aos alunos da FURG. Dois estágios acadêmicos de seis meses cada foram propiciados a alunos dos cursos de Oceanologia e Biologia e três trabalhos de conclusão de curso e uma publicação científica foram obtidos a partir dele.

Como a maior prova da expansão geográfica do Programa AguaAN, o monitoramento foi estendido à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) entre 2003 e 2005, com mais de duas centenas de análises realizadas em amostras dos mananciais, além da promoção de reuniões semestrais e treinamento específico para análises de cianotoxinas aos técnicos da Sabesp. Com essa parceria, o laboratório da UPC/FURG, de 2003 a 2007, conseguiu dar cobertura analítica e garantir o controle de cianotoxinas nas águas fornecidas a quase 40 milhões de brasileiros.

Para o coordenador, o programa é sinônimo de política pública que deu certo. Somos extremamente gratos à Fapergs, à Corsan e à FURG, principalmente em nome de sua fundação de apoio, a Faurg, que conseguiu de maneira eficiente, transparente e objetiva administrar os recursos do Programa nestes 10 anos. Com isto conseguimos provar e principalmente convencer-nos do verdadeiro significado de uma política pública e o quanto ela pode alcançar de retorno em todos os âmbitos, destaca Yunes.

 

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