Custo do cesto básico aumenta 3,9% em Rio Grande

O custo do cesto básico em Rio Grande registrou alta de 3,9% no mês de abril, ou R$ 16,77, passando para R$ 446,04. O custo do mês de março havia sido de R$ 429,27. Com 5,44%, o setor de produtos de elaboração foi o que mais contribuiu para o aumento do cesto, como a carne bovina. As informações são do Centro Integrado de Pesquisas (CIP) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Do total dos 51 pesquisados, 24 apresentaram elevação de preços, 24 tiveram redução e três mantiveram-se inalterados. Os produtos que apresentaram variações mais acentuadas foram a cebola, o tomate e a batata, com 71,38%, 38,11% e 33,40%, respectivamente. Os produtos que registraram as quedas mais significativas foram a carne de frango, o papel higiênico e o vinagre de álcool, apresentando, respectivamente, 24,55%, 24,18% e 20,47%.

De acordo com o CIP, que é vinculado ao Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Iceac), em São José do Norte houve um acréscimo um pouco menor no custo do cesto básico, de 3,25%, passando de R$ 398,38 para R$ 411,32. A elevação em termos monetários foi de R$ 12,93.

Os produtos que apresentaram as variações mais expressivas foram os in natura, como o mamão, a cebola e a batata inglesa, com 26,04%, 22,22% e 20%, respectivamente. Dos produtos pesquisados, 28 apresentaram elevação, três mantiveram-se constantes e 20 apresentaram redução de preços.

No balneário do Cassino, o custo do cesto básico foi de R$ 423,44, representando uma queda em termos monetários de R$ 13,98, comparado ao mês de março, no qual o custo foi de R$ 437,42. O setor que mais contribuiu para a queda no valor do cesto foi o de produtos industrializados, como a carne de frango, de 1,40%.

Entre todos, 20 produtos apresentaram elevação de preços, 23 tiveram redução e oito mantiveram-se inalterados. O setor que obteve a maior variação foi o de produtos in natura, como a cebola, que aumentou 158,72% e a cenoura, 49,21%. Os produtos que apresentaram variação negativa, ou seja, uma queda significativa de preços, foram a laranja e o mamão.

Razões

Na maioria das vezes, as quedas ou aumentos de preço são decorrentes de produtos in natura, especialmente por serem muito suscetíveis a fatores ambientais, como excesso de chuva e seca, entre outros fenômenos. A batata apresentou queda devido à redução da área plantada, já que a baixa rentabilidade da safra anterior fez com que diminuíssem os investimentos.

Outro problema enfrentado é a alto do custo dos insumos. A elevação do preço da cebola não acompanhou o desempenho nacional, pois nos outros estados houve uma queda significativa, principalmente porque o inicio do segundo trimestre representa grande oferta da hortaliça.

O tomate também sofreu com as intempéries climáticas. Devido ao excesso de chuva, foi necessário o replantio em algumas áreas afetadas.

Metodologia

A atual metodologia utilizada pelo CIP calcula o cesto básico com algumas modificações. As mudanças iniciam-se pelo número de itens que compõem o cesto básico, saindo de 54 produtos da composição passada para 51 na nova formação. Além disso, ocorreram alterações: lã de aço, fósforo, leite natural tipo C, biscoitos doces e salgados, farinha de mandioca e ervilha em lata não fazem mais parte do cesto.

Por outro lado, entram no novo cesto básico: amaciante de roupa, leite longa vida integral e bolacha recheada. Uma das importantes causas das mudanças no valor do cesto básico está relacionada com a média do número de membros da família, que reduziu de aproximadamente quatro pessoas da Pesquisa Orçamentária Familiar (POF) 1994/1995 para três na POF 2002/2003, significando uma queda de 25% na composição média familiar, considerando a faixa de renda de 1 a 21 salários mínimos.

A POF 2002/2003 apontou uma transformação importante ocorrida nos hábitos de consumo das famílias pesquisadas nestes oito anos de intervalo entre as POFs, que foi o aumento nos gastos das famílias com despesas de alimentação fora do domicílio. Essa mudança no comportamento dos gastos externos aos domicílios contribuiu para a redução nas quantidades dos produtos que compõem o cesto básico e, conseqüentemente, sobre o seu valor.

Com a antiga metodologia, o custo do cesto básico para Rio Grande ficou em R$ 736,34, queda de 0,72%. São José do Norte obteve um custo de R$ 694,05, com variação positiva de 18,08%. Já o cesto do balneário Cassino apresentou uma variação negativa de 3,012%, custando R$ 732,90.

Mais informações sobre o CIP podem ser obtidos no site www.cip.furg.br. Nesse site o visitante poderá ter acesso à serie histórica do custo do cesto básico nos três locais onde o CIP realiza a pesquisa, participar de enquetes, entrar em contato com os integrantes e também obter informação sobre mais projetos que o Centro realiza.

 

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