A quinta-feira, 12, foi de atrações da cultura afro no 2ª Geribanda, realizado no 8ª Mostra de Produção Universitária da Universidade Federal do Rio Grande-FURG. Roda de capoeira, oficina de bonecas de pano abayomi e confecção de tranças afro movimentaram as tendas culturais do Geribanda montadas em frente ao Cidec-Sul, no Campus Carreiros.
A oficina de bonecas abayomi atraiu muitos interessados. Até quem não ia participar acabou entrando na produção. Foi o caso de Raianny Louzada Horz, acadêmica de Administração, e Adrian Yure, acadêmico de Ciências Biológicas-Bacharelado. Entrei aqui para pedir informações sobre o local de uma atividade e fiquei, conta Rainny. Apesar de atuar em movimentos sociais, ela não conhecia esse tipo de boneca de pano. Nunca tinha mexido com tecido, completa.
Adrian também não conhecia as bonecas abayomi. Estava com tempo livre e foi convidado por uma colega a participar. Espera continuar fazendo as bonecas por terapia, por hobby. Achei muito divertida a oficina.
Responsável por repassar a técnica ao público, a artista visual Célia Pereira explica que as abayomi são feitas exclusivamente de pano e sem nenhum tipo de costura. A confecção é baseada em nós em pedaços de tecidos que, aos poucos, vão tomando a forma de boneca. Conta a história que as mulheres escravizadas tiravam beiradas da saia e faziam as bonequinhas para entreter os filhos durante a viagem, detalha Célia, referindo-se ao trajeto marítimo entre África e Brasil.
Por crença, as bayomis também são utilizadas sob a forma de amuleto e sobre ferimentos, para aliviar a dor. A oficina será repetida no dia 21 de novembro, no Ponto de Cultura ArtEstação, como atividade da Semana da Consciência Negra.
Tranças afro
Integrantes do Grupo Intermult, voltado à integração cultural entre brasileiros e intercambistas africanos que estudam na FURG, são responsáveis por demonstrar penteados afro ao público. A atividade tem chamado muita atenção, principalmente das meninas, mas meninos também passaram por ali.
Cadija Djalo é uma das cabeleireiras do grupo. Conta que aprendeu um pouco dessa arte em seu país de origem, Guiné Bissau. Nem todo mundo lá sabe fazer. É preciso aprender muito cedo para fazer bem, diz sobre as tranças.
A expert da turma, Isabel Siraba Valdez, também de Guiné Bissau, lembra de ter aprendido a fazer tranças afro desde pequena. Fazia em casa nas minhas bonecas. Mas em pessoas, comecei aos 11, 12 anos, recorda. Ela explica que qualquer pessoa pode usar as tranças e que o tempo para terminar o penteado depende de cada tipo de cabelo.
Interessados em conhecer de perto a técnica podem aproveitar esta sexta-feira, 13, para visitar as tendas culturais do Geribanda. A programação também traz para sexta o Circuito Diálogos Seminário de Dança Contemporânea. Tema Processos de Criação.
Programação Geribanda
Sexta-feira, 13
Circuito Diálogos Seminário de Dança Contemporânea. Tema Processos de Criação
8h Credenciamento
9h às 12h - Oficina de Dança Afro, com Daniel Amaro (Cia de Dança Daniel Amaro)
14h às 17h Mostra de Dança Comentada, com apresentação de 11 coreografias. Comentadores: Paulo Guimarães, Alex Almeida (UFPel) e Daniela Castro.
14h Mostra de vídeos
Projeto Observatório Sócio-Ambiental Meninos do Mar-CCMar
21h Espetáculo de Dança Teresinhas, pelo MEME Grupo de Pesquisa do Movimento
Sábado, 14
9h às 12h Oficina de Dança com Paulo Guimarães
