Cesto básico diminui em Rio Grande e São José do Norte/

O cesto básico no mês de agosto apresentou queda de preços em Rio Grande de 0,927%, o que não acontecia desde maio deste ano. Em São José do Norte também houve queda de 1,94%. Já no Balneário Cassino houve um pequeno aumento de 0,24%. Os números são do Centro Integrado de Pesquisas do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis-Iceac da Universidade Federal do Rio Grande-FURG.

No mês de agosto, em Rio Grande, o cesto básico custou R$ 701,59. Em julho, foi de R$ 708,15. A diferença representa uma queda de R$ 6,56 no bolso do consumidor. Em São José do Norte, o custo do cesto básico passou de R$ 679,37 em julho para R$ 666,17 em agosto, com queda de R$13,20 e redução dos preços em 28 itens dos 54 pesquisados. Segundo o relatório, divulgado nesta quinta-feira, 10, o setor de produtos de elaboração primária foi o que mais contribuiu para a diminuição do cesto, como a carne de frango e o leite longa vida.

O documento aponta que o preço do leite está decaindo pelo segundo mês consecutivo nas localidades pesquisadas, pois segundo o IBGE o preço do leite, que vinha registrando resultados elevados desde maio e pressionando o resultado do grupo de alimentos do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15, neste mês apresentou queda de 1,48%.

O cesto básico no balneário do Cassino foi de R$705,54 representando uma elevação em termos monetários de R$1,65 comparado ao mês de julho (R$ 703,88). Os produtos que mais contribuíram para o aumento do cesto foram a carne bovina e o iogurte. O setor que obteve a maior variação negativa foi o de produtos industrializados, como o presunto magro e a margarina.

Essa pesquisa considerou 54 produtos divididos nos grupos de alimentação, higiene, limpeza e gás de cozinha. Também fazem parte dos produtos o cigarro, a cerveja e o fósforo. As despesas do cesto básico correspondem em média a uma família de quatro pessoas com uma faixa de renda média de oito salários mínimos.

Nova metodologia

A partir do mês de agosto, uma nova metodologia foi adotada pelo CIP para o cálculo do cesto básico em agosto. As mudanças iniciam-se pelo número de itens que compõem o cesto básico, saindo de 54 para 51 produtos na nova formação. Além disso, lã de aço, fósforos, leite natural tipo C, biscoitos doces e salgados, farinha de mandioca e ervilha em lata não fazem mais parte deste indicador. Por outro lado, entram no novo cesto básico: amaciante de roupa, leite longa Vida integral e bolacha recheada. Uma das importantes causas das mudanças no valor do Cesto Básico está relacionada com a média do número de membros da família que reduziu de aproximadamente quatro pessoas da Pesquisa de Orçamentos Familiares-POF 1994/1995, do IBGE, para três pessoas em 2002/2003, significando uma queda de 25% na composição média familiar considerando a faixa de renda de um a 21 salários mínimos.

A POF 2002/2003 apontou uma transformação importante ocorrida nos hábitos de consumo das famílias pesquisadas nestes 8 anos de intervalo entre as POFs, que foi o aumento nos gastos com despesas de alimentação fora do domicílio. Esta mudança no comportamento contribuiu para a redução nas quantidades dos produtos que compõem o Cesto Básico e conseqüentemente sobre o seu valor.

Com a nova metodologia, o cesto básico para o município de Rio Grande no mês de agosto custou R$ 406,83. O balneário do Cassino obteve um custo de R$ 414,38 e São José do Norte de R$ 380,99.

Capitais brasileiras

Das 17 capitais brasileiras apuradas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), nove destas registraram retração no custo do cesto básico. As localidades pesquisadas pelo CIP acompanharam esta tendência, exceto o balneário do Cassino que obteve uma variação positiva não expressiva de 0,24%. O item com maior elevação de preço foi o tomate, com significativo aumento em 11 capitais. Já em Rio Grande, Cassino e São José do Norte a variação positiva do fruto foi de 43,49%, 44,10% e 62,32% respectivamente.

 

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