Fórum termina com criação coletiva de documento e assinatura de convênio

As atividades do 1° Fórum Brasileiro da Amazônia Azul e Antártica foram encerradas nesta manhã, 22, no Cidec-Sul. Às 9h, representantes das mesas redondas realizadas durante os três dias do encontro apresentaram a síntese dos debates, que em versão detalhada farão parte do relatório final do fórum.

O relatório é um documento escrito coletivamente a partir do registro das discussões entre pesquisadores, professores, estudantes e órgãos ligados aos temas do mar, que deverá ser remetido ao Congresso Nacional, legitimando as ideias, as propostas e as reivindicações da comunidade oceanográfica.

Tânia Brito, representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA) salienta que a comunidade científica tem importante papel na elaboração de um documento consistente e forte. Afirmou ainda que o papel da comunidade é proporcionar esse tipo de orientação aos tomadores de decisão.

A leitura do relato suscitou novas intervenções dos presentes, que colaboraram com retificações, inclusões e sugestões na redação do documento. Foi proposto, por exemplo, tratar a Oceanografia Microbiológica como temática na próxima edição do fórum e repensar o discurso dos pesquisadores frente à sociedade, buscando compreensão mais imediata e divulgação do trabalho científico.

O professor da USP Edmo Campos manifestou-se dizendo que a oceanografia brasileira tem menos visibilidade no país do que no exterior e que falar em Amazônia Azul e mudanças climáticas não contempla o oceano adequadamente.

Para Carlos Garcia, professor e diretor do Instituto de Oceanografia da FURG, já está havendo mudança quanto à questão climática levantada pelo colega da USP. Essa visão distorcida pode ser corrigida hoje, a partir do fórum. É o caminho mais rápido e tranqüilo, disse. Garcia aposta o encontro possa estimular mudança, como uma alteração da legislação e a inclusão da Oceanografia na Rede Clima, por exemplo.

Convênio entre Seap e FURG

Após o painel final do 1° Fórum Brasileiro da Amazônia Azul e Antártica, foi assinado entre a FURG e a Seap um Acordo de Cooperação Técnica que possibilitará ações conjuntas visando o desenvolvimento da cadeia produtiva da anchoíta, um pescado comum na costa brasileira, mas que até hoje é subaproveitado economicamente.

No âmbito deste acordo, estão previstas ações para consolidar a pesca da anchoíta no Brasil; integrar os pescadores de pequena escala de Rio Grande à cadeia produtiva; fortalecer a indústria pesqueira de Rio Grande; criar uma alternativa à comunidade de pescadores tradicionais de Rio Grande; aumentar o consumo popular de pescado; incentivar a comercialização de produtos à base da anchoíta; promover a incubação de empreendimentos das comunidades de pescadores tradicionais de Rio Grande; promover o incremento da produção pesqueira pela frota industrial; elaborar produtos de anchoíta para consumo direto humano, priorizando a alimentação escolar e apoiar processos de formação profissional e capacitação nas áreas afins.

O projeto tem a coordenação do prof. dr. Lauro Saint Pastous Madureira e o convênio foi assinado pelo secretário adjunto da Aquicultura e Pesca Dirceu Lopes e o reitor da FURG, prof. dr. João Carlos Brahm Cousin.

Mar e Ambientes Costeiros

Organizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência e Tecnologia MCT, o livro Mar e Ambientes Costeiros foi lançado na sessão solene de encerramento do 1° Fórum Brasileiro da Amazônia Azul e Antártica, realizado pela FURG, MCT, Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca e Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, entre 20 e 22 de maio.

Conforme o coordenador do trabalho, o oficial da reserva da Marinha Antonio José Teixeira, a obra nasceu da necessidade de fazer estudos sobre a área de recursos vivos e não-vivos no mar e desenvolver a ciência e tecnologia para atender ao setor. Nos estudos reunidos e publicados no livro os pesquisadores mostram fatos que podem ocorrer no Brasil em curto, médio e longo prazos e que possam causar repercussões importantes no futuro do país.

Teixeira, que é hidrógrafo (o correspondente, na Marinha, a oceanógrafo), diz que a obra também sugere ações a serem empreendidas, que possam subsidiar políticas públicas para desenvolvimento não só da ciência, mas para o aproveitamento dos recursos naturais do mar.

Mar e Ambientes Costeiros foi realizado com um grande número de pesquisadores-consultores da área de oceanografia. Entre as referências para confecção do trabalho, figuram algumas pesquisas desenvolvidas pelos docentes da FURG.

 

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