O florestamento ou reflorestamento do Rio Grande do Sul a partir da disseminação de lavouras de eucalipto no Rio Grande do Sul é tema de recente lançamento no mercado literário. "Eucalipitais: qual Rio Grande do Sul desejamos?", organizado pelo Prof Dr. Althen Teixeira Filho (UFPel), traz em 12 capítulos a discussão de vinte autores sobre o tema, entre eles o

Prof. Antônio L. Philomena, da Universidade Federal do Rio Grande-FURG.

Considerada a única crítica à monocultura dos eucaliptos na região Sul, a obra foi lançada na sexta-feira, 14, na Feira de Livros de Pelotas. Diponibilizada primeiramente em versão digital (CD) e depois na forma de livro tradicional a obra deve ter nova edição para atender à dinâmica do setor florestal no Rio Grande do Sul.

A repercussão da obra é tamanha que o próprio título rende polêmica, segundo o organizador. "Só os atentos notam que a seqüência silábica diferencia-se em tamanho e intensidade de tons e que, quando percebidas, desvendam a ironia e sarcasmo no tratamento do tema que nos é apresentado como "florestamentos" ou "reflorestamentos". Então, o que de súbito surge como uma "escrita errada" deve ser interpretada dicotomicamente, ou seja, "as lavouras de eucalipto produzindo capitais". Assim, é nosso entendimento que estes eucaliptais (agora sim referimo-nos às lavouras de eucaliptos) alicerçam sua função e têm por fulcro a produção de capital = lucro para uns poucos, mas não distribuição de renda para a população, nem geração de emprego, sequer desenvolvimento, entre outros tantos danos. Aliás, nem referimos aqui a tremenda destruição de vida animal e vegetal, desregramento químico e extinção orgânica do solo e do meio ambiente que ocasionam", explica o Prof. Dr. Althen.

A discussão não se encerra na obra e o trabalho dos autores continua. As próximas etapas incluem a concretização da impressão em papel, versão para o inglês e a disponibilização da obra em áudio, para o público com deficiência auditiva.