O mapeamento da agressividade de zonas marítimas em estruturas de concreto foi tema de palestra na manhã desta quinta-feira, 6, no 3º Seminário e Workshop em Engenharia Oceânica no Cidec-Sul, do Campus Carreiros da Universidade Federal do Rio Grande-FURG. O Prof. Dr. Gibson Meira, do Cefet-PB e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba, apresentou dados relativos à pesquisa realizada na Paraíba.

A referência sobre a área de influência marítima utilizada até então era a distância do mar. Com os estudos realizados na Paraíba, Dr. Meira descobriu que o parâmetro mais adequado para medir a agressividade natural em zonas marinhas é a taxa de deposição salina. Além disso, dentro de uma zona de atmosfera marinha podem ser divididas faixas diferentes de agressividade, o que permite aos pesquisadores dar atenção especial a essas regiões. Ou seja, regiões distantes 700 metros do mar não necessariamente estão menos expostas a efeitos nocivos, pois fatores climáticos como a presença de umidade (que facilita o transporte de sais para o concreto) podem interferir na taxa de deposição salina.

O objetivo da pesquisa é proporcionar dados para adequar melhor a estrutura em concreto ao ambiente em que ela é construída. Outro objetivo é esclarecer aspectos não contemplados nas normas técnicas exigidas da indústria na fabricação do concreto, visando à durabilidade das obras localizadas em zonas marítimas. Há pouca informação no mundo sobre este tipo de avaliação focada em estruturas de concreto, explica. Ele conta que mapeamentos anteriores sobre a agressividade de zonas marítimas datam de dez anos atrás e eram centrados na corrosão de metais. Dr. Meira destaca que a lguns estudos em condições de exposição natural são realizados para a construção e manutenção de obras muito próximas ao mar, como diques e portos, mas da borda do mar para dentro das cidades litorâneas poucas são as pesquisas.