3º Semengo abre com palestras de pesquisadores portugueses

A energia das ondas do mar é dos temas principais do Seminário de Engenharia Oceânica na FURG

O professor e pesquisador Antonio José de Almeida Sarmento, do Instituto Superior Técnico de Portugal, foi o primeiro palestrante, na manhã desta quarta-feira, do 3º Seminário e Workshop em Engenharia Oceânica Semengo. O evento é realizado no Cidec-Sul e foi aberto oficialmente às 9h, pelo reitor João Carlos Cousin e o coordenador, professor André Guimarães. Na segunda palestra, esteve a também professora e pesquisadora Teresa Pontes, do Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial de Portugal.

Sarmento e Pontes são dos mais reconhecidos pesquisadores na área de energia das ondas, uma alternativa energética. A FURG possui o grupo EOndas, do qual já faz parte o professor Sarmento, além de Elói Melo, da UFSC; André Lerm, do Cefet/RS; 19 professores e 32 estudantes da FURG. A professora Teresa Pontes afirmou antes da palestra que está se integrando-se ao grupo com o Semengo, pois reconhece a importância de muitas pesquisas em torno do assunto.

Para o professor Sarmento, os estudos ainda estão em fase inicial aqui na FURG, com avanço bastante grande na área ambiental. Para 2009, ele espera que haja progressos nas áreas de economia e tecnologia. Em outros países, o trabalho é mais avançado. Foram lançados equipamentos ao mar para transformar a energia das ondas em energia elétrica em Portugal e Espanha. Porém, esta energia ainda está longe de ser viável comercialmente. Isto deverá levar pelo menos cinco anos, em razão dos custos que ainda são elevados, diz o professor, estamos em fase de demonstração de escala industrial e não tem como competir com outras energias já viáveis. A partir dos próximos cinco anos, segundo Sarmento, começará a fase comercializável, com a colocação de protótipos no mar para produção de 20 a 30 megawatts de energia.

Para a professora Teresa Pontes, este período de projetos e estudos poderá levar uma década, até que realmente se possa utilizar a energia das ondas. Ela acompanha e participa de pesquisas e ações internacionais sobre este tema há 25 anos e acha que os debates sobre as tecnologias existentes ainda crescerão muito, com a tendência de convergência entre algumas das várias tecnologias existentes. Exemplifica lembrando a energia eólica (dos ventos), hoje uma realidade, mas que levou muitas décadas de estudos para chegar à melhor tecnologia turbinas com três pás. Acredito no uso da energia das ondas como uma alternativa real e comercialmente viável, diz ela, lembrando que já foram lançados protótipos em escala real também na Irlanda, no Reino Unido e Austrália. Ela espera que também os Estados Unidos, com o próximo presidente, ampliem os investimentos e pesquisas no tema.

O investimento de empresas privadas também é destacado pelos dois professores. Inicialmente, os trabalhos tinham somente a participação dos governos e instituições. Agora, também grandes empresas nacionais e transnacionais e entidades financeiras estão apostando nas pesquisas sobre energias alternativas.

 

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