Criado por um grupo de voluntários em Porto Alegre, em resposta às enchentes que assolam o Estado, o aplicativo AbrigosRS é uma inovadora plataforma digital que centraliza informações sobre abrigos, vagas disponíveis e necessidades emergenciais ligando diretamente quem necessita de auxílio com quem pode oferecer o suporte. O aplicativo AbrigosRS permite mapeamento e controle de dados dos abrigos e ainda que a população possa saber informações como a localização de cada unidade e o número atualizado de pessoas abrigadas.

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Em Rio Grande, a plataforma foi implementada e é gerenciada pela Escola de Enfermagem (EEnf) da FURG, que atua com equipes presenciais de voluntários nos diversos abrigos instalados no Município. O professor Edison Barlem, diretor da EEnf, afirma que com a rápida elevação das águas em Rio Grande e a necessidade de mobilização de um grande grupo de pessoas que ficaram desabrigadas foi percebida a existência uma rede de solidariedade muito intensa no Município, com inúmeras pessoas querendo ajudar as vítimas da enchente. "A partir da criação do aplicativo AbrigosRS e da sua adoção pelo Governo do Estado como ferramenta oficial, a Escola de Enfermagem (através de seus docentes e estudantes, vinculando também o Programa de Pós-graduação em Enfermagem e o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina - Famed) mobilizou uma equipe de 50 pessoas entre técnicos, docentes e estudantes da universidade que no momento estão trabalhando de forma presencial nos abrigos e nos centros de triagem da cidade. Primeiramente para fazer o cadastro das pessoas desabrigadas para que possamos ter controle da situação de saúde e das necessidades de medicamento, entre outras questões", explica o professor.

ACESSO À INFORMAÇÃO

Ele destaca que, em especial para a população em geral, o site abrigosrs.org dá acesso as mais diferentes informações sobre os abrigos do Município, mostrando as necessidades de cada um de forma que é possível fazer a doação exata e específica para o local que está precisando naquele momento, "evitando assim a duplicidade de um item ou o recebimento acima do que é preciso, quando num outro abrigo há a necessidade desse mesmo item", exemplifica Edison Barlem.
"Com essa ferramenta, os voluntários estão em tempo real alimentando o sistema e mostrando as necessidades específicas de cada um dos abrigos. O aplicativo também mostra como o doador pode chegar ao abrigo e permite o contato via Whatsapp para confirmar a necessidade do item e horário de entrega, otimizando por completo a questão da solidariedade da população", observa o professor.
O aplicativo gerenciado pela EEnf possibilita saber o percentual de ocupação em Rio Grande, o número de vagas disponíveis nos abrigos e dá a possibilidade de se encontrar o abrigo mais próximo para a pessoa poder encaminhar um desabrigado ou até mesmo se voluntariar. Barlem afirma ainda que "a ferramenta permite fazermos solicitações de insumos médicos além de fazer a gestão de voluntariado. Em Rio Grande, foi implementada em menos de 24 horas por uma força-trabalho da Escola de Enfermagem. No último sábado (11), o Ministério Público, a Prefeitura Municipal e a FURG se reuniram e decidiram aderir ao aplicativo e estruturá-lo, já estando em seguida com os abrigos no ar. No domingo (12), os docentes e os estudantes já estavam em treinamento e coletando informações para fazer o registro efetivo dos desabrigados".

CRIAÇÃO DE DADOS E ESTATÍSTICAS

O professor ressalta que esta não é a primeira vez que a FURG e a Escola de Enfermagem atuam na saúde da população mediante implementação de tecnologia. "Durante a pandemia, tivemos a experiência de atuarmos junto à Prefeitura na implementação e organização de todo o sistema de telesaúde. Novamente, tivemos uma efetividade muito intensa em implementar uma nova tecnologia que é o AbrigosRS em Rio Grande com a força de trabalho de nossa universidade. A ferramenta nos dá uma possibilidade de mapeio das condições e vai gerar, para o futuro, dados e estatísticas que o sistema nos permite criar. Temos agora informações armazenadas, tanto do fluxo e da ocupação quanto da origem das pessoas que estão chegando aos abrigos, ou seja, lança uma visibilidade completa para a possibilidade de atenção à saúde aos desabrigados, que geralmente são as populações mais vulneráveis", finaliza o diretor da EEnf Edison Barlem.