Aprimorando os detalhamentos inseridos na última versão do Boletim de Acompanhamento do Fenômeno Climático que avança sobre a metade sul do Estado; a nona edição do relatório apresenta os resultados mais recentes obtidos por meio da modelagem numérica do comportamento do nível das águas da região sul da Lagoa dos Patos, abrangendo as cidades de Rio Grande, São José do Norte, Pelotas e São Lourenço do Sul.

Para auxiliar na leitura dos materiais de apoio deste boletim, clique aqui e confira um vídeo com o professor Eder Mayer com explicações sobre como interpretar os mapas desta edição.

Informações do dia e previsão

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Neste material, o Comitê de Prognóstico e Avaliação de Eventos Extremos realizou a previsão de condições e cenário até o dia 23 de maio. O modelo contempla a direção e a intensidade do vento, além da própria variação do nível do estuário da Lagoa dos Patos. Confira os detalhes no documento disponível ao fim deste texto.

Nesta quarta-feira, 15, conforme informações obtidas às 18h, o estuário sofria influencias de ventos moderados em direção Oeste (O), o que favoreceu o aumento do nível das águas em todas as cidades na região sul da Lagoa dos Patos, com maior tendência de empilhamento de volumes na margem leste – em São José do Norte.

Para hoje, a previsão do pico que seria atingido pela lâmina d’água sobre o cais do CCMar - baseado nos modelos numéricos que descrevem a hidrodinâmica da Lagoa – projetava um valor de 50 cm. O nível máximo observado hoje ficou um pouco abaixo deste valor.

Em relação ao fluxo da vazante, os dados obtidos apontam o valor em pouco mais de 17 mil metros cúbicos por segundo. Ao mesmo tempo, por meio de imagens de satélite, foi possível observar, também, o aumento do nível das águas mais ao norte da lagoa, com a apresentação de uma faixa de coloração alaranjada.

A previsão completa, simulando o avanço do cenário até o dia 23 de maio, está disponível – em vídeo – clicando aqui.

Como funciona o modelo?

A modelagem foi realizada com o modelo Open TELEMAC-MASCARET (Disponível aqui), que possui a capacidade de resolver a hidrodinâmica de ambientes costeiros de geomorfologia complexa, como a Lagoa dos Patos e seu estuário, gerando conteúdos em alta resolução. “Este modelo vem sendo aplicado no Laboratório de Oceanografia Costeira e Estuarina da FURG há mais de 20 anos, e já foi amplamente calibrado e validado para a Lagoa dos Patos e seu estuário”, complementou a professora do Instituto de Oceanologia (IO), e parte integrante do Comitê, Helena Leão.

Para reproduzir as condições ambientais da Lagoa dos Patos, o modelo recebeu previsões horárias da descarga de volumes dos principais corpos d’água que chegam ao nosso estuário: Rio Guaíba, Rio Camaquã e Canal São Gonçalo. As informações foram produzidas por meio de uma colaboração entre o IPH/UFRGS, a empresa RHAMA Analysis e a Agência da Lagoa Mirim.

Boletim 9 - Comitê de Eventos Extremos