Orçamento da FURG tem redução e pode prejudicar atividades

A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) está trabalhando com orçamento 6,7% reduzido em relação ao aprovado em 2016. Conforme a Reitora Cleuza Dias, a universidade vem fazendo readequações nas suas atividades, buscando minimizar os impactos da restrição orçamentária. Porém, a reitora afirma que, apesar do esforço coletivo, sem dúvida as readequações afetam o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração da FURG. Ela está em permanente contato com as demais universidades, parlamentares e autoridades do Ministério da Educação, visando a ampliação dos recursos destinados à educação pública. 

Cleuza Dias conta que, em 2017, era esperado um crescimento de 7% no orçamento em relação ao ano passado. Além de não crescer, o orçamento foi reduzido em 6,7%, resultando em uma perda de cerca de 14%. O orçamento geral da Universidade é composto de várias rubricas, que ao final de cada exercício somam os recursos geridos pela instituição. A reitora destaca a retração em 3,3% no orçamento da assistência estudantil, num momento fundamental para a manutenção do processo de inclusão social e das ações afirmativas vivido nos últimos anos pela FURG.

“As universidades federais, de modo geral, estão em uma situação muito preocupante”, diz a reitora. “Nosso orçamento só permite cumprir os compromissos de custeio até setembro, pelo contingenciamento de recursos e falta de acréscimo naquilo que foi trabalhado em 2016”. Cleuza Dias reforça que o orçamento precisa ser descontingenciado (liberado) e, mesmo assim, haverá déficit grande em relação aos últimos anos. As obras de infraestrutura, por exemplo, causam preocupação. Caso não haja liberação de orçamento na rubrica Capital, poderá ser reduzido o ritmo de construções e reformas, em momento de crescimento da Universidade, que criou mais três dezenas de cursos nos últimos anos.

Conforme a reitora, na rubrica Custeio, foram liberados 70% das verbas, estando 15% por liberar e 15% contingenciados. Na rubrica Capital, 40% foram liberados, 30% aguardam liberação e 30% estão contingenciados. Com relação aos recursos sob contingenciamento, não há perspectivas de liberação pelo MEC.

“Estamos reivindicando ao MEC essa liberação, porque as universidades estão em crescimento e todo o desenvolvimento do ensino superior está sob risco”, diz a reitora, acrescentando que o Brasil precisa manter o ensino público superior de qualidade e desenvolver o ensino, a pesquisa, a extensão e a tecnologia, que são, prioritariamente, realizados pelas universidades públicas. “É muito importante”, diz a reitora, “que a sociedade perceba a situação que atravessamos e reconheça o papel importante da Universidade, participando da luta pela manutenção da qualidade da educação pública.”

 

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