Feira do Livro da FURG é avaliada como espaço de resistência

“Resistência” é a palavra que define a 44ª Feira do Livro da FURG para o coordenador geral e pró-reitor de Extensão e Cultura da FURG Daniel Prado. Durante os 10 dias de feira, diversas atividades tomaram conta da praça Didio Duhá, no balneário Cassino, atraindo e encantando o público de todas as idades. Da literatura infantil a adulta, foram vendidas mais de 12 mil obras pelas 30 bancas presentes. A reitora Cleuza Dias encerrou o evento oficialmente na noite deste domingo, 5, assegurando que só foi encerrada uma etapa, já que agora começa a ser efetivada a próxima edição, a 54ª. Ela agradeceu o esforço e o trabalho da equipe que trabalha na feira.

De acordo com Daniel, a feira se mostra como uma fonte de manutenção e luta pela educação. “É um momento de crise política e econômica no país. A feira é um espaço de resistência e afirmação de defesa da educação pública”, afirma. Outro aspecto positivo para o pró-reitor é o encontro de livreiros de todos os cantos do Brasil: são vendedores que vêm para o Cassino de Porto Alegre, Pelotas, Viamão, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo.

“A feira é um marco dentro do veraneio, com públicos que passam férias aqui em dois meses diferentes. Ela é quase como um patrimônio da cidade”, comenta o pró-reitor. As atividades paralelas à atração principal – os livros –, são destaques para ele. Durante o período da feira, o público prestigiou atrações culturais, ações de inclusão, brincadeiras e atividades pedagógicas na Rua das Crianças e shows de diferentes estilos da Arena Cultural, por exemplo. Para a diretora de Arte e Cultura, Fabiane Pianowski, todas as atividades paralelas foram de suma importância para o desenvolvimento da feira.

Fabiane salienta que o grande destaque é a união de crianças e adultos em um mesmo espaço. “Quem veio para a feira, além de ver os livros e comprar, pode ter um momento artístico e cultural enorme”, afirma. Fabiane comenta que, atualmente, é difícil pensar em um verão sem a realização da feira e que todas as equipes são essenciais para que tudo ocorra de forma positiva.

Entre as mudanças desta edição, esteve a construção de rampas para melhorar a acessibilidade para cadeiras de bebês e cadeirantes. Ainda, o palco de shows também sofreu alteração na Arena Cultural, com mudança de posição para não atrapalhar os demais espaços.

Agora, o pensamento já está para 2018. Os próximos passos começarão a ser dados em breve, por meio de avaliações setoriais. Segundo Daniel Prado, entre as mudanças para a próxima edição estão melhorias na acessibilidade.

Livreiros realizam boas vendas

Os livros dos autografantes foram o grande destaque na banca da Editora da FURG: foram vendidas 576 obras. Entre os mais vendidos está a última obra do patrono Willy Cesar, Cidade do Rio Grande – do Big Bang a 2015; de Oswaldo Barbosa, Fernando e Eli – 70 anos de Ciência e Muito Amor e também de Oscar Brisolara, O Beijo da Messalina. De acordo com a coordenadora do setor na banca da FURG, Cleuza Maria de Oliveira, o diferencial neste ano foi a grande procura pelos livros produzidos na Instituição, e que difundem a produção científica da FURG. “Nos outros anos o público não procurava tanto as obras feitas pela Editora”, afirma.

Os livreiros Elizabeth de Abreu e Rudimar Silva participam da feira há 18 anos. Ambos de Porto Alegre, estiveram representando uma editora diferente dos anos anteriores, a Recanto dos Livros. Elizabeth conta emocionada as mudanças que acompanhou durante os anos de participação. Para ela, as edições vêm se renovando e acrescentando positivamente tanto para o público quanto para os vendedores.

De acordo com os livreiros, as vendas foram positivas nesta edição. “Na sexta-feira fechamos o valor que vendemos no ano passado”, conta Rudimar. Segundo Elizabeth, em cada dia a venda foi em média de 45 livros. Entre os destaques, os livreiros comentam que as obras mais procuradas foram de youtubers e dos autores Augusto Cury, Monteiro Lobato, Ziraldo e Zibia Gasparetto.

Um diferencial para a feira na 44ª edição foi a banca Martins Livreiro Editora. Também de Porto Alegre, o espaço é voltado para a cultura local e trouxe ao público uma nova possibilidade de leitura. O livreiro Luiz Borges conta que a vontade de participar da feira é antiga. “É uma feira muito conceituada e avaliada, a gente sempre queria trazer a editora para cá”, comenta.

Segundo Luiz, a receptividade do público foi positiva. “A gente achou um público direcionado com a cultura gaúcha”, diz. Esgotado em poucos dias de feira, o livro mais vendido pela banca foi “Histórias do Rio Grande do Sul”, de Moacir Flores. Outras obras também foram procuradas pelos visitantes da feira, como as biografias escritas por Amadeu Weinmann.  

Concurso de Poesia

No último dia da feira, foi entregue a premiação do Concurso Literário “Sua Poesia Vai à Feira”, que está na 13ª edição e é promovido pela Academia Rio-Grandina de Letras. No tema livre, os vencedores foram Maria Lages (5º lugar, com Retalhos de Lembranças); João Carlos Coutinho (4º lugar com Ingratidão;  Elaine Maria Nunes (3º lugar para Pássaro sem Asas); Maria Adelaide de Andrade (2º lugar com A Vida é uma Arte) e o 1º lugar coube à poesia Vida, de Mario Campello.

O mesmo Mário Campello venceu o primeiro lugar também no tema da Feira do Livro, com a poesia Lições de Vida. O 5º lugar coube a Gabryelly de Souza (Além do Já É...); o 4º a Carmem Regina de Souza (Reflexão e Ação); o 3º a Rosane da Rosa Porto, com Metamorfose e o 2º lugar foi para Wilma Guerra, com Ensinar e Aprender.

Banda Rossini

Apresentação tradicional e muito aguardada pelo público, a Banda Musical Gioacchino Rossini, que completa 127 anos em 2017, encerrou a 44ª Feira do Livro. Como de costume, a atração lotou a Arena Cultural e a apresentação terminou em carnaval, com intensa participação do público.

 

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Público lota a Arena Cultural para aplaudir a Rossini

Público lota a Arena Cultural para aplaudir a Rossini

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