Pesquisador da FURG realiza pesquisa inédita sobre contrabando

O pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Tiago Collares, é autor de um trabalho inovador sobre a gênese e a evolução do contrabando no Rio Grande do Sul, a partir do viés literário. Intitulado “Bandido ou herói? A representação do contrabandista na literatura sul-rio-grandense”, a pesquisa destaca as implicações históricas, geográficas e culturais sobre a temática.

A pesquisa tem como corpus a análise os contos sul-rio-grandenses de autores como João Simões Lopes Neto, Darcy Azambuja, Roque Callage, Sergio Faraco e Aldyr Garcia Schlee. O levantamento, orientado pelo coordenador do PPGL, Mauro Póvoas, visa estimular a realização de novos estudos sobre o tema na área das letras. O trabalho foi idealizado para a conclusão do mestrado de Tiago em História da Literatura.

“Desde os primeiros registros escritos sobre a Província de São Pedro o contrabando está presente, sobretudo, nos comentários e apontamentos críticos elaborados por viajantes europeus como Auguste de Saint-Hilaire, Nicolau Dreys e Arsène Isabelle. Apesar de ter sido pouco difundido pela nossa historiografia, é um tema bastante comum nas obras literárias de grandes autores gaúchos como Erico Verissimo, Luiz Antonio de Assis Brasil, Tabajara Ruas, além dos anteriormente citados”, comenta o pesquisador.

Entre os resultados obtidos pela revisão bibliográfica da temática, Tiago destaca o papel do contrabando na emancipação das colônias sul-americanas, o contrabando de escravos no Rio Grande do Sul e o papel do contrabando, tanto pelas tropas farroupilhas quanto pelas tropas imperiais, no prolongamento da Guerra dos Farrapos.

De acordo com o pesquisador, outros rio-grandinos também já abordaram o assunto, como os escritores Ezequiel Laquintínie Ubatuba e Renato Modernell. A escritora Elisabete Laudares, com pseudônimo "Eliana", também abordou o tema com um livro publicado em 1950, com o título “O contrabandista”. A escolha dos trabalhos já publicados sobre a temática, de acordo com Tiago, ocorre ao fato de Rio Grande ser uma cidade portuária.

 

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