O último dia de atividades do 11º Seminário Educação Infantil em Debate: Políticas e Pedagogias para a Educação da Pequena Infância foi marcado pela ação comemorativa aos 20 anos do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação da Infância (Nepe). Com atuais e antigos bolsistas, professores e colaboradores, as coordenadoras Maria Renata Mota e Suzane Gonçalves relembraram alguns momentos e “inauguraram”, oficialmente, a placa com a nova denominação do Ateliê da Infância, que homenageia a falecida professora Deborah Thomé Sayão. O evento ocorreu na quinta-feira (29).
O espaço do Cidec-Sul foi decorado com atas de reuniões, fotos e camisetas antigas do Núcleo. “Fizemos dessa forma, com um varal de memórias, e gostaríamos que vocês se reencontrassem, aproveitassem e se deliciassem com este momento da mesma forma como nós ao fazê-lo”, afirmou Maria Renata. No momento, a coordenadora lembrou como o Nepe foi criado e de pessoas importantes que ajudaram a transformar o espaço no que é atualmente. Maria Renata falou sobre algumas ações que marcaram os 20 anos do Núcleo, como as lutas pela educação infantil, por concurso específico para docentes da educação infantil e por projetos de formação de professores.
Um espaço voltado para o futuro das crianças
O Ateliê iniciou suas atividades em 2015, como um Projeto de Extensão do Nepe e financiado pelo Programa Nacional de Extensão. A ideia surgiu da professora Deborah Sayão, que já faleceu e que também foi uma das criadoras do Nepe. De acordo com a coordenadora Suzane, é devido à sua importância para a história do Núcleo que o Ateliê tem, a partir de agora, seu nome.
O espaço trabalha com três frentes: a primeira tem foco nas crianças, por meio de oficinas com as escolas; a segunda frente abrange a formação de professores, com oficinas formativas para quem atua na rede de ensino de educação infantil ou nos anos iniciais; e, por último, o espaço trabalha com os acadêmicos de Pedagogia e Educação Física, com oficinas e empréstimo de material aos que realizam estágio, para que possam realizar atividades diferenciadas com as crianças.
Três dias de debate sobre a infância
O seminário foi idealizado pelo Nepe e teve como intuito discutir e a problematizar as políticas e pedagogias da educação infantil. Por meio de palestras, conferências, minicursos, apresentações de trabalhos e exposições, o seminário reuniu cerca de 200 participantes, entre professores da rede municipal, estudantes do curso de Pedagogia, estudantes de Magistério, profissionais da educação infantil, professores de São Lourenço do Sul e Santa Vitória do Palmar, além de pesquisadores da Colômbia. Alguns dos participantes apresentaram trabalhos que serão publicados no site do evento.
Na cerimônia de abertura, que ocorreu na terça-feira (27), a coordenadora Maria Renata recebeu uma homenagem pelo tempo como membro do Nepe. Já entre as palestras, a coordenadora Suzane destaca a presença da professora Rita Coelho, que esteve pela primeira vez no seminário. Rita foi coordenadora da educação infantil no Ministério da Educação até agosto deste ano. Ela abordou avanços nas políticas da educação infantil nos últimos anos, falou da atual conjuntura política e, ainda, das próximas mudanças.
Com o objetivo de também integrar as crianças, uma vez que o Nepe trabalha em prol delas, Suzane conta que as bolsas distribuídas para os participantes do evento foram confeccionadas com ajuda de crianças de 1 a 12 anos, de cinco escolas municipais: Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic), Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professor Manoel Martins Mano, Escolas Municipais de Educação Infantil (Emei) Deborah Thomé Sayão, Verenice Gonçalves e Fraternidade. “A gente discute as crianças, trabalha com as crianças e pelas crianças, de alguma forma a gente queria a presença delas aqui no seminário, então as convidamos para pintarem as bolsas”, conta.
Sobre o Núcleo
Criado em 1996, o Núcleo iniciou focado na atuação com professores da educação infantil e hoje também abrange docentes dos anos iniciais, por meio de trabalhos com pesquisas, projetos de extensão e ensino. O Nepe luta pela qualidade no ensino, através de uma participação ativa na construção de políticas públicas de educação, da inclusão escolar, de reivindicações em prol de melhorias e demais temáticas. Atualmente, o núcleo é formado por sete professoras efetivas da FURG e uma professora colaboradora, que realizam pesquisas em áreas que abrangem o nascimento, os processos de alfabetização, o protagonismo infantil e a formação de docentes.
De acordo com Suzane, nos últimos dois anos, projetos de Formação Continuada em Docência da Educação Infantil foram financiados pelo Ministério da Educação e, assim, o Núcleo ofertou cursos para a rede pública municipal. A coordenadora conta que o Nepe realiza atividades na região e já contemplou municípios como São Lourenço do Sul (SLS), Santa Vitória do Palmar (SVP), Santo Antônio da Patrulha (SAP), Arroio Grande, Herval e São José do Norte (SJN). “As ações não são centradas só na FURG, vamos procurando no compromisso que temos junto à comunidade atender toda a nossa região na formação continuada”, complementa.
