Projeto de doutorado pretende instalar saneamento sustentável em localidades precárias

Uma pesquisa do estudante de doutorado do curso de Pós-Graduação em Educação Ambiental (PPGEA) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Samuel Dourado, pretende beneficiar populações que atualmente vivem em situação precária. O foco do projeto consiste na mudança do saneamento básico de famílias de cinco localidades, situadas no Rio de Janeiro, em Uganda, em Nicarágua, em Bujumbura e em Quênia. 

Na proposta de Dourado, os banheiros das localidades, que consistem em latrinas ou sumidouros, se tornariam banheiros do tipo seco compostável: sanitários que operam sem a necessidade de água para descarga. Esta troca bloquearia, além do mau cheiro, a proliferação de doenças. Nos meses de abril, junho e julho uma equipe multidisciplinar deu continuidade ao projeto no vilarejo de Papoga, distrito de Zombo, em Uganda na África Oriental. O grupo reuniu duas organizações não-governamentais dos Estados Unidos e voluntários locais.

O funcionamento do equipamento consiste em coletar fezes e urina em um balde plástico acoplado a uma caixa de madeira ou parede de tijolo-cimento, com assento sanitário fixo. De acordo com a orientadora da pesquisa, a professora do Instituto de Oceanografia (IO), Dione Kitzmann, o cuidado vital está em, após cada uso, cobrir o local com serragem ou folhas secas para cobrir o mau cheiro e proibir vetores de doenças. “O tempo e uma cadeia de organismos age decompondo esse material num ciclo que é anual, ou seja, ao término de cada ano tem-se a colheita de um rico solo, consumindo pouca energia e evitando ainda a poluição do lenço freático”, aponta a professora.

Durante a primeira visita, em abril, o grupo focou na formação e sensibilização de professores em escolas primárias e secundárias. Na oportunidade, os participantes buscaram a construção colaborativa para trocar as latrinas utilizadas pelos educadores. Em duas das seis escolas trabalhadas a latrina das crianças também foi incluída na mudança. 

Entre os meses de junho e julho, de acordo com orientadora da pesquisa, o empenho da comunidade cresceu. “Foram mais de 24 banheiros secos instalados e uma primeira escola totalmente livre das latrinas”, conta. Além disso, Dione aponta que o custo das instalações vem reduzindo substancialmente, uma vez que novos materiais localmente disponíveis estão sendo cada vez mais utilizados. 

Intitulada ”A contribuição da Educação Ambiental para o processo de transição de uma gestão passiva para uma gestão ativa em Saneamento Sustentável” a pesquisa também irá abranger a comunidade de Tipitapa em Managuá, na Nicarágua; a comunidade de Bubanza em Bujumbura, no Burundi; a comunidade de Kwale em Mombassa, no Quênia e o bairro Jardim Gramaxo em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. 

 

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