3º Fórum das Licenciaturas reúne mais de 150 participantes

Tammie Faria Sandri,

tammiefaria@furg.br 

Mais de 150 docentes e estudantes de licenciaturas estiveram envolvidos, nesta quarta-feira (25), na discussão de estratégias para inclusão de temáticas transversais nos currículos de formação de professores da Educação Básica. O 3° Fórum das Licenciaturas mobilizou também coordenadores de curso e representantes de Núcleos Docentes Estruturantes dos cursos de Licenciatura, durante toda a manhã, no Centro Integrado de Desenvolvimento Costeiro e Oceânico (Cidec-Sul), no campus Carreiros, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Divididos em quatro grupos de trabalho, os participantes abordaram Gênero e Sexualidade, Inclusão Escolar, Direitos Humanos e Educação das Relações Étnico-Raciais, temáticas que devem ser contempladas nos currículos, conforme a Resolução nº 2/2015, sobre as diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial e continuada de professores da Educação Básica.

Promovido pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), em parceria com o Instituto de Educação (IE), o evento é uma das ações da Instituição para se adequar às novas diretrizes. “Precisamos nos apoderar de todos os sistemas para fazer as alterações nos currículos”, destaca a pró-reitora de Graduação Denise Martinez, sobre o momento de adaptação. Na FURG, a aplicação das mudanças, de acordo com a pró-reitora, está prevista para iniciar no primeiro semestre do ano letivo de 2018. Os resultados das discussões foram apresentados, para o grande grupo, ao final do evento.

Grupos de discussão - Mediando as discussões sobre Inclusão Escolar, Carla Imaraya Meyer de Felippe, explica que o grupo apontou a necessidade de mais disciplinas inclusivas em todos os cursos da Instituição. Ela informa que, por enquanto, a temática é abordada nas disciplinas obrigatórias de Libras, para todas as Licenciaturas, e de Psicologia da Educação Especial, para os cursos de Pedagogia e Psicologia, sendo esta última, optativa para os cursos de Artes. Carla acredita que o preparo para atuação em sala de aula passa também pela busca do professor. “A gente trabalha com o sucesso do aluno. Pessoas com necessidades específicas de aprendizagem têm se formado na FURG, o que demonstra que, além da acessibilidade, é importante promover a permanência desse aluno”, afirma, sobre as ações já realizadas na Universidade. Outra preocupação do grupo diz respeito à formação dos bolsistas mediadores, que acompanham os acadêmicos com necessidades específicas de aprendizagem, durante sua formação acadêmica. Uma das sugestões prevê mais ações para capacitação dos mediadores.

A principal estratégia definida pelo grupo de discussão sobre Gênero e Sexualidade é tornar obrigatória a disciplina Gênero e Sexualidade nos Espaços Educativos, no currículo de todas as Licenciaturas e, optativa, nos demais cursos. A mediadora Paula Regina Costa Ribeiro explica que essa disciplina, atualmente, é optativa nos cursos de Pedagogia, Medicina, Psicologia, Direito, Artes, Letras, Arquivologia e Educação Física, servindo como atividade complementar para os demais cursos. Ela conta que outras disciplinas específicas optativas já abordam a questão de gênero nas áreas de Direito, História e Geografia, e que a intenção é que também sejam criadas novas disciplinas específicas, de acordo com as áreas de cada curso.

O grupo de Educação das Relações Étnico-Raciais definiu como principal estratégia para pensar a temática nas Licenciaturas, a criação de uma disciplina obrigatória sobre Relações Étnico-Raciais. O objetivo, de acordo com a mediadora Cassiane de Freitas Paixão, é que essa disciplina seja ministrada por professores que possuam formação strictu sensu na área. Também foram sugeridos cursos livres para a comunidade e a criação de um fórum permanente, além de discussões mais engajadas, principalmente, em atividades de extensão.

Mediador do grupo sobre Direitos Humanos, Renato Duro Dias, acredita que é fundamental discutir essa temática na formação de professores e reconhecer as novas normas como elemento catalisador e propulsor para a apropriação do conhecimento na área. “Estamos num momento de dificuldade de dialogar e, somente reconhecendo que todos temos direitos e convivendo de maneira socializadora, podemos melhorá-lo. Ou os professores se alinham em favor da humanização ou a gente vai se desumanizar”, afirma. Segundo ele, as discussões do grupo apontaram dois caminhos: trabalhar o tema de forma transversal em todas as disciplinas ou criar disciplina que possa ser ofertada a todos os cursos. O mediador lembra que a temática já é abordada em disciplinas obrigatórias na graduação em Direito e no Mestrado em Direito e Justiça Social, e que o Centro de Referência em Direitos Humanos começará a oferecer oficinas para acadêmicos e professores da Universidade ainda em 2016.

 

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Grupo de discussão sobre Inclusão Escolar

Grupo de discussão sobre Inclusão Escolar

Assunto: Arquivo