FURG celebra Março Lilás com discussões sobre a mulher e igualdade de gêneros

Carolina Silveira

imprensa@furg.br 

 

Março é destinado às mulheres e tem uma data exclusiva para elas: dia 8. Em alusão à temática, a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) integra o Março Lilás, que conta, durante todo o período, com uma programação repleta de atividades de educação, saúde e cultura, voltadas para este público. No entanto, essas ações transcendem o feminismo e trazem à tona também discussões sobre gêneros.

 

A caracterização da mulher, atualmente, ampliou seu contexto e definição. Hoje, segundo a pró-reitora de Extensão e Cultura (Proexc), Lucia Anello, ela assume papéis, principalmente no mercado de trabalho, que anteriormente eram de atuação majoritariamente masculina. Este processo trouxe um impacto em sua participação no ambiente doméstico. “Muitos ainda veem essa conquista como se a mulher estivesse abandonando o lar”, explica. Uma das propostas, por sua vez, do Março Lilás, é discutir o processo para que se extinga a dualidade de gêneros, que, conforme Lucia, nada mais é do que uma construção social. A pró-reitora explica que não existe uma inversão de papéis e nem uma definição plena da atuação masculina e feminina na sociedade. “Ambos os gêneros são capazes de desempenhar suas funções, sem necessidade de categorização”, completa. 

 

Para a FURG, essa realidade é vivida com plenitude. Atualmente, mais de 40% dos cargos de chefia da Universidade são ocupados por mulheres, assim como a presença da reitora Cleuza Dias, como representante máximo da Instituição. “A realidade atual da mulher no ensino superior, sem dúvida, mudou o cenário futuro pelo lugar ocupado por elas no mundo do trabalho, em especial no serviço público”, ressalta Cleuza.

 

A temática da violência feminina também terá destaque na programação do Março Lilás. O município de Rio Grande está entre os que possuem maior índice de abuso, segundo informação da coordenadora do Grupo de Pesquisa, Sexualidade e Escola (Gese), Paula Ribeiro. Todavia, se a violência contra a mulher já é, por si só, um assunto sério que merece o debate em grande escala, a situação das lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) é ainda mais complexa. Sem respaldo legal até hoje, esse grupo sofre uma discriminação ainda mais potencializada e explícita, segundo Lucia. “Queremos aprofundar essa discussão, pois é nossa obrigação, como Universidade, apresentar esse assunto de forma qualitativa e promover, assim, o acolhimento de todos na FURG”, acrescenta. Sob essa temática, serão promovidas rodas de conversa sobre a condução do cuidado e as relações interpessoais com o gênero feminino da população LGBT. “Queremos reduzir esse índice de violência contra a mulher e debatermos sobre essas temáticas [gênero, sexismo, misoginia e homo, lesbo e transfobia] no espaço escolar”, explicar Paula. “Buscamos direitos iguais, mas respeitando as diferenças”, completa Lucia.

 

Desde 3 de março, as atividades acontecem nos campi da FURG e contam com o apoio da Prefeitura Municipal do Rio Grande. Integram a programação ações para a comunidade em geral, estudantes, professores, técnicos e todos que estão envolvidos com a Universidade. Ao longo do mês, serão promovidas, dentre outras atividades, informações sobre a saúde da mulher, com dicas práticas, promoção de exames e passeios; exposições artísticas; mostras culturais e rodas de debate sobre temas que envolvem gênero, trabalho, ciência e educação. 

 

A programação completa com as atividades, que serão realizadas de 3 a 31 de março, está disponível aqui.

 

Personalidades femininas

Esta edição do Março Lilás trouxe como identidade visual a representação feminina em três personalidades: Marie Curie, Rita Lobato e Simone de Beauvoir. “Essas três mulheres são emblemáticas, pois cada uma, em seu tempo, buscou romper as representações e demarcações de gênero”, explica Paula. Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel, Rita Lobato a primeira médica do Brasil e segunda da América Latina e Simone de Beauvoir, uma escritora, ícone do feminismo e filósofa integrante do movimento existencialista.

 

A cor lilás como símbolo

O mês de março tem como representação a cor lilás, como símbolo da igualdade e da luta das mulheres em todo o mundo. A tonalidade difunde valores como respeito, dignidade, devoção e transformação. Significa espiritualidade e intuição, portanto, uma cor metafísica. É indicada também para uso em locais de meditação.

 

Em alusão ao tema, o site da FURG homenageará as mulheres e permanecerá com essa cor durante o mês e a entrada do campus Carreiros da Universidade também foi decorada com faixas alusivas.

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Programação Março Lilás

 

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Detalhe pórtico de acesso FURG.

Detalhe pórtico de acesso FURG.

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