43ª Feira do Livro da FURG: espaço de celebração das "Culturas Vivas do Brasil" conclui atividades

Jandré Batistajandrecorrea@furg.brApós 12 dias dedicados à literatura e à valorização das diversidades culturas do País, a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) concluiu as atividades da 43ª edição da Feira do Livro na noite de domingo (31). A Praça Dídio Duhá, no balneário Cassino, de 20 a 31 de janeiro, foi o lugar de encontro da comunidade regional durante o verão, promovendo diversas experiências musicais, cênicas e literárias, com o tema “Culturas Vivas do Brasil”. Como última atração da 43ª edição do evento literário e cultural, após a cerimônia de encerramento, a Arena Cultural recebeu a apresentação "Mais Tambor, Menor Motor", de Richard Serraria, trazendo à Feira aspectos da musicalidade negra da cultura regional.Em conversa com os visitantes da Feira na noite de domingo (31), a reitora da FURG, Cleuza Dias, comentou sobre sua emoção nos momentos de abertura, pela expectativa após o ano de trabalho; e de encerramento, pela concretização da experiência cultural e literária que a Instituição se propôs a oferecer aos veranistas. "A Feira do Livro é um dos maiores eventos de interação com a comunidade. Quando a gente sente e ouve a emoção das pessoas, quando nos pedem mais tempo de Feira, atividades permanentes, saímos daqui com a certeza de que cumprimos com o nosso papel social", comemora.Ao concluir as atividades do evento, a reitora destacou o caráter global a que se destina a Feira, a permanência do evento para a história da região e a relação íntima da Instituição com os anseios da comunidade. “A Feira não integra varias culturas; integra também os diversos tempos e idades. A Feira é da sociedade. É de vocês; desta Universidade que tem vida, que tem cultura, e que representa a vida de muitas vidas, das muitas culturas do nosso Brasil. A Feira não se encerra; permanecerá nas nossas memórias. Parabéns a todos nós”, finaliza.Durante a cerimônia, a pró-reitora de extensão e cultura e coordenadora geral do evento, Lúcia Anello, agradeceu o envolvimento dos servidores, bolsistas, voluntários e terceirizados para a realização da Feira e as parcerias de outras instituições (Prefeitura Municipal do Rio Grande, a Superintendência do Porto de Rio Grande e o Serviço Social do Comércio) e comemorou a concretização do espaço de acesso à cultura, de aproximação entre os artistas e seus públicos. “A Feira é patrimônio da nossa Universidade, construído por muitas mãos, por muitos anos. Juntamos aqui o escritor com o seu público, em momentos de encontro, debate e de boa conversa. Temos na Literatura e na Arte um momento de humanização como deve ser toda a expressão artística”, afirma.Leia mais: Conversa com o patrono inaugura o Espaço Literário da 43ª Feira do LivroDestaques do EventoA 43ª da Feira trouxe uma série de melhorias de infraestrutura e na organização dos espaços, proporcionando mais liberdade para circulação de pessoas. A reconfiguração foi percebida principalmente na Rua das Crianças, onde é desenvolvida uma série de atividades com os projetos acadêmicos da FURG na área de Educação. O objetivo, na avaliação da pró-reitora de Extensão e Cultura, é tratar as crianças como protagonistas da Feira, em vez de oferecer apenas um espaço acessório para que os pais pudessem prestigiar a programação cultural. "A Rua das Crianças mostra a força da Universidade nesse campo da Educação Infantil. Há toda uma preocupação para que a criança tenha uma experiência que a ajude a construir o seu contato com o mundo da palavra", explica.Leia mais: Rua das Crianças é atração consolidada na Feira do LivroOutros destaques são a realização da Feira de Economia Solidária e Criativa e a participação, durante todo o evento, dos Núcleos de Memória (Nume) e da Terceira Idade (Nuti) da FURG. Na entrada da Feira, o Nume disponibilizou, a exemplo da edição de 2015, painéis com informações históricas da Universidade. A exposição – que percorrerá vários espaços da FURG – expandiu mais dez anos de narrativas em relação à edição anterior (até a década de 1980). “O Nume demonstra a nossa caminhada enquanto Instituição, registrando e dando visibilidade para essa história que é rica e contraditória, no período turbulento da Ditadura Militar”, esclarece. Já os participantes do Nuti dedicaram-se a realizar diversas apresentações de dança, com destaque à intervenção artística durante a apresentação da Orquestra Rossini, na penúltima noite de atrações. O público que veio à Feira para prestigiar a tradicional banda rio-grandina foi convidado, ao som instrumental, para ensaiar passos de dança.Leia mais: Economia Solidária: trabalhadores assistidos pela FURG comercializam seus produtos na Feira do LivroA aceitação da comunidade pela Feira de Economia Solidária e Criativa e pelos alimentos oferecidos ao público na Praça de Alimentação pelo grupo “Delícias Solidárias”, assistido pelo Núcleo de Desenvolvimento Econômico e Social (Nudese) da FURG, reforça a viabilidade de outras formas de se pensar as cadeias produtivas para geração de renda, com responsabilidade social e ambiental. “O sucesso desses projetos tem demonstrado que esse espaço é importante do ponto de vista do desenvolvimento da cultura popular. A produção de artesania reflete no ponto de vista da cultura, em contraposição ao que é industrializado, pasteurizado. Isso demonstra a potência da universidade nesse capo da alternativa às relações comerciais, aos modos de produção, valorizando a criatividade das pessoas”, contextualiza.

 

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