Thedy Corrêa palestra sobre a importância da leitura para se contar boas histórias

Durante sua passagem na Feira do Livro, o artista revelou planos de lançar dois livros e falou das comemorações de 30 anos do Nenhum de Nós  Gabriela Silvagabriela.mello@furg.br   “Quem aqui já foi no show do Nenhum de Nós? (praticamente toda a plateia levanta a mão) Quem aí esteve no show do Luan Santana? (poucas pessoas levantam a mão) Nenhum de Nós ganhando de goleada do Luan Santana, pelo menos em Rio Grande, hein”. Assim começou a fala do músico e escritor Thedy Corrêa na Arena Cultural da 43ª Feira do Livro da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), nesta quinta-feira, 28, que seguiu até o final com a mesma descontração. As lições trazidas pelo músico mantiveram o público atento até o final da palestra, de aproximadamente uma hora.Thedy falou aos participantes sobre a importância de qualquer pessoa, independente da atividade que exerce, saber contar boas histórias. Ele lembrou, por exemplo, de como um candidato que fala de sua trajetória de uma forma interessante em uma entrevista de emprego pode se sair melhor do que aquele que não tem habilidade para se expressar. O artista levou os exemplos também para a sua área de atuação, contando em detalhes a história real que inspirou a música “Eu não entendo”, famoso hit do Nenhum de Nós, e como ele fez para transformá-la em uma narrativa atraente, enquanto música. “Quem nos ensina a percorrer o caminho entre o fato e uma bela canção são os livros, o hábito da leitura”, salientou ele ao afirmar que o Nenhum de Nós é uma banda com muita influência literária. No final da palestra, o cantor condicionou a tão aguardada “palinha” aos questionamentos da plateia – se tivessem perguntas, teria música. Quatro questões possibilitaram um pocket show, voz e violão, que incluiu os sucessos “Amanhã ou depois” e “Paz e amor”. Ele elogiou o ambiente da Feira do Livro e agradeceu a troca com o público, durante sua estada no evento.PlanosEm entrevista, Thedy revelou que está preparando, desde o ano passado, o lançamento de dois livros para este ano. Um deles se chama “Imersão” e será formado por contos inspirados nos personagens das pinturas do artista Renato Guedes. O outro faz parte de uma coleção da Editora Belas Letras, chamada “Rock Fiction”, que reúne vários autores que escreverão histórias de ficção sobre bandas de rock e artistas de que gostam. Thedy escolheu, há dois anos quando o projeto lhe foi proposto, escrever sobre David Bowie. PerdaAliás, sobre a morte de Bowie, Thedy reafirmou seu sentimento. “Quando ele faleceu foi uma tristeza e me surpreendeu o tamanho da tristeza, porque a gente imagina que vai ficar, mas não imagina que tanto. Vamos lidar com isso de uma maneira bacana, mantendo a memória dele viva e honrando o trabalho que ele fez“. O cantor lembrou do laço ainda mais forte criado desde que o Nenhum de Nós compôs e lançou a famosa versão de “Starman”, sucesso de Bowie. “O Nenhum teve um momento onde deixou de ser apenas um fã do cara, pra ter uma relação com ele e com a música dele, quando fez a versão do ‘Astronauta de Mármore’, e aí ele passou a fazer parte da nossa história e a gente da história dele no Brasil”, orgulha-se.30 anos de Nenhum de NósEm 2016, o grupo fundado por Thedy e seus companheiros completa 30 anos e estão sendo preparadas uma série de comemorações. Dentre elas, o vocalista falou de uma biografia e mais alguns produtos associados, uma festa e uma temporada especial no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Sobre as gerações de fãs conquistadas pelo Nenhum de Nós, Thedy brincou “no show, há 30 anos atrás, tinha gente que estava na beira do palco gritando e foi indo mais pra trás, mais pra trás, pra ficar mais de longe do som e, agora, lá na frente estão os filhos e os netos dessa galera”. Quando questionado sobre a tendência de alguns vocalistas seguirem carreira solo, depois de tempos com suas bandas, Thedy disse que isso não passa pela sua cabeça porque consegue realizar com o Nenhum de Nós muito do que gosta musicalmente e, quando tem alguma ideia muito distante da realidade da banda, ele segue em paralelo com os projetos. Como, por exemplo, sua parceria com o cantor nativista Luiz Marenco que, depois, acabou até participando de alguns shows da banda.

 

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