Na última quarta-feira, 12, a FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) promoveu o 6º Mutirão e Remada Ambiental para a Limpeza e Conservação dos Ambientes Aquáticos na Terra de Todas as Paisagens: Por Terra e Água.
A ação foi conduzida por alunos dos cursos de Educação do Campo, Agroecologia e Gestão Ambiental, sob a coordenação da professora Patrícia Lovatto. Entre as regiões contempladas estava o Arroio São Lourenço, a orla das praias, o Parque Recanto da Ilha e o Trapiche na Praia da Barrinha.
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“Priorizamos a coleta de material reciclável e plástico fragmentado preso à vegetação. Nem tudo veio com a enchente. Encontramos muitos resíduos recentes deixados à beira da laguna como resquícios de quem foi observar o impacto do alagamento e deixou para trás as embalagens do que foi consumido no local. Constatações como essas nos mostram a urgência de ações educativas e de políticas públicas locais que incentivem a conservação das águas”, comentou Lovatto.
Durante a atividade, os participantes observaram que a fauna local reexiste, já que diversas espécies de animais confundem a paisagem com os resíduos plásticos presos à vegetação e lutam por suas vidas no meio do lixo dentro e fora das margens da lagoa.
Após o mutirão, os participantes permitiram que esses animais tivessem uma natureza mais segura. “Esses animais morrem ao ingerir resíduos confundidos com alimento. A paisagem virou plástico”, pontuou Patrícia.
Clodoaldo de Freitas Vargas, bolsista do projeto, aluno do curso de Educação do Campo e pescador artesanal, expressou sua satisfação em fazer parte da ação que “impacta o futuro”, e convidou a comunidade a se envolver nas futuras edições.
“O projeto contribui para a limpeza e reduz os impactos ambientais que esses lixos podem ocasionar nos peixes e outros animais aquáticos, além de beneficiar os pescadores artesanais. Isso está trazendo resultados muito bons para nós da comunidade de pesca. Retiramos muitos lixos que poderiam ir para a lagoa e dificultar a pesca”, explicou.
Andreisa Damo, técnica da FURG-SLS, também foi uma das participantes do mutirão e relatou que sentiu o impacto da falta de lazer na orla, destacando que além das pessoas terem o direito de viver em uma cidade limpa, têm também a responsabilidade pelos resíduos gerados e seu descarte.
"Participar desta atividade de recolhimento de resíduos, ao mesmo tempo em que me provocou sentimentos de tristeza e indignação diante de entulhos, objetos de material diverso, principalmente, plástico, também me fez sentir gratidão por estar fazendo um bem para o ambiente da laguna, que tanto apreciamos. Ficou evidente, com o recuo das águas após a enchente, a presença de uma grande quantidade de resíduo plástico fragmentado. Este é um tipo de lixo danoso para o ambiente, pois é confundido como alimento pela fauna, como aves, tartarugas, peixes. É um rejeito que não é recolhido por ser de difícil remoção, em meio à areia e nos barrancos, enrolado em galhos de plantas, nos juncais, e na própria água. É por isso que ações como essa, possibilitada pela equipe do projeto, que dá o exemplo e chama a comunidade, tanto da Universidade, quanto a população local a participar, são de grande importância".
A atividade contou com o apoio do Supermercado Jepsen, responsável por fornecer água mineral e o aluguel de caiaques, além da Coopeforte/Asser, da empresa lourenciana Juninho Caiaques e da Prefeitura. Atualmente, as condições climáticas e o nível da lagoa estão sendo monitorados para que a data da próxima edição do mutirão seja divulgada.
