A FURG aprovou na manhã desta quarta-feira, 29, em reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração (Coepea), o Calendário Emergencial 2020-2021, disponível abaixo, que estabelece a retomada das atividades de ensino na universidade de forma remota.
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Na proposta aprovada por unanimidade ficou estabelecido que no dia 14 de setembro (segunda-feira) inicia o Período Emergencial 2020/1, terminando no dia 5 de dezembro, e prevê período de exames de 7 a 17 de dezembro. O Período Emergencial 2020/2 inicia no dia 8 de fevereiro de 2021 (segunda-feira), termina no dia 19 de maio e prevê exames de 20 a 31 de maio. Foi aprovado ainda o recesso do período emergencial de 1 a 26 de janeiro de 2021. O início do primeiro semestre do ano letivo de 2021 está previsto para o dia 21 de junho do próximo ano. Para chegar ao texto final foram realizadas várias reuniões com o Comitê de Graduação (Comgrad), composto pelas Coordenações de Curso, as direções de Unidades Acadêmicas e Campi e a Aprofurg Seção Sindical para avaliação de projeções de datas e a proposta aprovada hoje de calendário emergencial.
“Estas datas são os principais marcos temporais para a retomada das atividades durante este período. Conjuntamente com o calendário aprovado a Prograd irá orientar e estabelecer o fluxo de eventos acadêmicos e administrativos essenciais ao ordenamento cronológico, a fim de auxiliar unidades acadêmicas e coordenação de curso, para o início do período emergencial“ explica o pró-reitor de Graduação, Renato Dias.
Segundo a reitora da FURG, Cleuza Dias, elaborar um calendário acadêmico neste contexto emergencial não é tarefa fácil. A gestora enalteceu o trabalho feito pelas pró-reitorias de graduação e pós-graduação junto às coordenações de curso e direção das unidades acadêmicas. Este é um calendário emergência e, com certeza, durante todo o processo ainda poderemos ter alterações que se fizerem necessárias, considerando o contexto da pandemia.
Diretrizes para o ensino remoto
Quanto às normas que embasaram a volta das atividades, no dia 10 de julho, o Coepea aprovou por unanimidade as diretrizes gerais para os ensinos de graduação e pós-graduação lato (especializações/residências) e stricto sensu (mestrados/doutorados). Os documentos trazem um conjunto de regramentos acadêmicos, em caráter emergencial, para o atual momento sanitário.
As novas diretrizes possibilitam, conforme explica a reitora, a continuidade das atividades de ensino dos cursos de graduação e pós-graduação, em caráter emergencial, mediadas pelas tecnologias de informação e com uso de metodologias ativas. As deliberações também preveem, quando for possível, a retomada das atividades presenciais, de acordo com as atualizações do Plano de Contingenciamento da FURG e as orientações das autoridades de saúde. “As normativas acadêmicas organizam a vida do estudante, asseguram seus direitos e deveres e dão conta deste período emergencial. A flexibilização dessas diretrizes nos ampara neste momento de pandemia e também para quando retomarmos algumas atividades presenciais” esclarece.
Para o pró-reitor de Graduação, as novas diretrizes acadêmicas têm como característica a provisoriedade, para o período de emergência devido à Covid-19. “Dentro desse contexto, faremos ações acadêmicas na graduação que deem conta desse momento, com todo cuidado e zelo, para que o estudante continue tendo um vínculo com a universidade de modo mais flexibilizado”, comenta.
A flexibilização, outro eixo transversal das deliberações aprovadas pelo Coepea, garante às unidades acadêmicas, às coordenações de curso e aos núcleos docentes estruturantes, em conjunto com os professores e estudantes, a proposição de atividades pedagógicas que sejam compatíveis com o distanciamento social, levando em consideração os dados obtidos pelas consultas à comunidade universitária.
Pesquisa
O processo de retomada das aulas na FURG vem sendo analisado de forma consciente e preocupada com a realidade de sua comunidade acadêmica. No início de junho, docentes e estudantes foram convidados a responder a uma pesquisa para que se pudesse compreender o impacto da pandemia em suas vidas e suas condições de estudo e produção no período. O trabalho foi conduzido por um grupo de trabalho da Comissão de Graduação e coordenado pela Diretoria de Avaliação e Desenvolvimento da Graduação (DIADG), da Prograd e teve contribuições do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e dos sindicatos dos docentes (Aprofurg) e técnicos (Aptafurg). A participação superou 80% em ambos os grupos e permitiu vislumbrar um “raio-x” da situação, que embasou as medidas tomadas pela universidade no período emergencial.
Entre os estudantes, 68,24% apontaram que ou integram o grupo de risco, ou convivem com pessoas em situação de risco para a Covid-19. Os docentes manifestaram dado quase idêntico: 68,7%.Mais de 70% dos alunos indicaram que, num provável retorno às aulas, fariam uso de transporte público para se deslocarem aos campi da universidade. Essas duas questões foram importantes para a percepção de que um retorno presencial, neste momento, não seria possível.
A pesquisa perguntou sobre o acesso e condições de uso de tecnologias digitais. Há diferenças expressivas entre os cursos da universidade, mas quase 90% dos estudantes (89,31%) apontou ter acesso à internet banda larga. Os participantes da pesquisa também foram questionados quanto aos dispositivos que possuem. Foram 93,77% os que apontaram ter smartphone de uso individual, 56,38% notebook pessoal, 21,7% com acesso a notebook com uso compartilhado, 13% a computador de mesa de uso individual e 7% a tablet de uso individual. Na avaliação da pesquisa, o grupo de trabalho definiu que o acesso ideal para ensino remoto é computador – desktop ou notebook – de uso pessoal. E aí o indicador do questionário é 63,49%, o que foi analisado como desfavorável, por ser um percentual abaixo do desejado.Por isso, a Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Prae) lançou dois editais de auxílio à inclusão digital para tentar ampliar o acesso.
Entre as professoras e professores que responderam à pesquisa, 97,8% disseram ter banda larga residencial. Mais de 80% já utilizam – eventualmente ou com frequência – tecnologias digitais nas práticas pedagógicas e 64,3% consideram que não teriam dificuldades para realizar atividades acadêmicas pela internet. O e-mail (92,8%) e a plataforma Moodle (71,9%) foram as ferramentas mais apontados pelos docentes para que sejam as utilizadas em práticas pedagógicas.
A dificuldade mais apontada pelos professores para uma retomada de atividades durante a pandemia foi com avaliações não presenciais (50,8%), seguida de falta de habilidade no uso de tecnologias de informação e comunicação (40%) e dificuldade para planejamento e organização de material didático para as atividades não presenciais (38,4%). Mais de 90% indicaram ser necessária a oferta de cursos de formação docente pela universidade para uso pedagógico de tecnologias digitais, indicador que pautou a oferta do percurso do AVA Formação.
Calendário Emergencial 2020-2021