Projeto do Instituto de Oceanografia da FURG é premiado com bolsa de pesquisa do Google

Na última quinta-feira, 24, o Google anunciou os projetos acadêmicos vencedores do programa de Bolsas de Pesquisa Google para a América Latina. O projeto do Instituto de Oceanografia da FURG que desenvolve estações autônomas de baixo custo para medir o impacto das mudanças climáticas nas geleiras está entre os ganhadores.

A edição 2017 do programa recebeu um total de 281 pedidos de financiamento, de nove países da América Latina. A partir da avaliação realizada por um grupo de engenheiros do Google com ampla experiência em pesquisas de pós-graduação, foram selecionados 27 projetos, sendo 17 do Brasil, três do Chile, três do México, dois da Colômbia, um da Argentina e um do Peru. Pela primeira vez, o anúncio dos vencedores foi realizado no Campus São Paulo do Google, para promover uma ampla discussão entre os acadêmicos agraciados, a comunidade de startups e dirigentes de instituições de pesquisa sobre um dos grandes motores para a inovação que ainda pode ser plenamente aprimorado na América Latina: a aproximação entre a academia e a comunidade de empreendedores.

O trabalho do IO/FURG, que já foi premiado na edição 2016 do Programa de Pesquisas do Google, é coordenado pelo professor Jorge Arigony-Neto e é desenvolvido como parte da tese de doutorado do aluno Guilherme Tomaschewski Netto, do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Física, Química e Geológica da FURG. O projeto propõe o desenvolvimento de equipamentos de baixo custo e código aberto, que permitam acompanhar de forma periódica os impactos climáticos nas geleiras, além de transferir remotamente essas informações.

Segundo o professor Jorge Arigony, a ideia para o projeto surgiu através das atividades de campo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera, do qual o IO/FURG é parte, quando os pesquisadores identificaram a necessidade de medir com maior precisão o derretimento na superfície das geleiras, para poder melhorar as estimativas de contribuição delas para o aumento do nível médio dos mares. O cientista da computação Guilherme Netto, que também é professor na Universidade Federal de Pelotas, afirma ainda que a construção dos equipamentos de forma customizada às necessidades do tipo de terreno estudado dá uma autonomia bastante grande na coleta de informações e um caráter inédito na forma como estas serão armazenadas usando o conceito de rede de sensores. O professor Arigony destaca ainda a importância das discussões no âmbito da colaboração do IO/FURG/INCT da Criosfera com instituições do Chile (Instituto Antártico Chileno e Centro Regional CEQUA) e Alemanha (Universidade Humboldt de Berlim) para o aprimoramento das estações de monitoramento de geleiras.

Com a extensão da bolsa do Google, e o novo financiamento recebido pelo INCT da Criosfera para os próximos 5 anos, os pesquisadores esperam poder seguir com a validação das estações meteorológicas e de medidas de derretimento do gelo nas condições das geleiras da Patagônia e Antártica, além de avançar com a implementação dos protocolos de comunicação entre os sensores instalados na superfície das geleiras.

 

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