Carolina Silveiraimprensa@furg.br As condições de saúde da população rio-grandina nortearão a pesquisa promovida pelos Programas de Pós-Graduação em Saúde Pública e Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Os resultados do estudo, o maior desse âmbito aplicado no município, permitirão traçar um diagnóstico da condição dos moradores e ajudar a aperfeiçoar os cuidados com a saúde por parte da população. O trabalho de campo iniciará em abril e maio deste ano. Essa é a segunda pesquisa em nível populacional aplicada em Rio Grande. Há 16 anos, a FURG também desenvolveu um projeto semelhante, com menor abrangência. “Esta pesquisa é inovadora na cidade. Em outras regiões, como São Paulo e Curitiba, estudos similares com uso de dados georreferenciados para mapear a saúde da população, já são desenvolvidos, mas aqui é a primeira vez, tendo em vista a amostra que será atingida”, explica o professor da FURG e coordenador do projeto, Samuel Dumith. A pesquisa sorteará 720 domicílios dos bairros da zona urbana, com expectativa de alcançar uma média de 1,5 mil pessoas, com faixa etária a partir de 18 anos. O projeto conta com uma equipe multidisciplinar. Participam do estudo 10 acadêmicos de mestrado e doutorado da FURG, das áreas de Nutrição, Odontologia, Educação Física, Fisioterapia e Psicologia, sob coordenação dos professores Samuel Dumith e Lulie Odeh. O estudo será conduzido por meio de entrevistas, com perguntas sobre qualidade de vida, alimentação, saúde bucal, atividade física e utilização de serviços de saúde. A pesquisa busca observar a prevalência das diferentes doenças e das condições de saúde da população, que é exposta a diferentes fatores, como clima, alimentação e segurança. A escolha do município como foco da pesquisa partiu da inserção da FURG na comunidade e da preocupação da Instituição com a responsabilidade social da região. Outro aspecto considerado foi as características de Rio Grande e suas influências na saúde da população, tendo em vista que a cidade é litorânea, com relevo plano e intensas variações climáticas. Com os resultados em mãos, será possível, de acordo com Dumith, identificar os principais grupos de risco e o comportamento que as pessoas praticam com mais frequência. A equipe entregará um relatório para os gestores da Secretaria de Saúde e os órgãos de saúde responsáveis do município, a fim de auxiliar na elaboração de políticas públicas e programas de apoio nessa área. O projeto também dará um retorno direto à comunidade, com a entrega de panfletos e com a promoção de seminários informativos. “Esses resultados serão úteis para a comunidade, pois eles poderão entender melhor o estado de saúde da região na qual estão inseridos”, explica a mestranda em Saúde Publica da FURG, Monica Muraro. No âmbito acadêmico, a pesquisa contribuirá de maneira significativa para a Universidade e os cursos envolvidos. Será elaborada uma média de 20 teses, dissertações e artigos científicos sobre a temática e fomentada a participação da Universidade em congressos e eventos científicos. Próxima etapaOs passos seguintes do projeto já foram traçados. Em parceria com o curso de Geoprocessamento do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), será realizado um mapeamento para o estudo detalhado dos resultados obtidos em cada um dos bairros que integraram a pesquisa. Com base nesses novos resultados, será possível identificar as maiores ocorrências presentes em cada bairro. “Esse direcionamento auxiliará ainda mais na organização de políticas de saúde específicas”, destaca o coordenador. A segunda etapa de mapeamento tem previsão de ser concluída até final de agosto. Seleção de entrevistadorasA pesquisa está com inscrições abertas, até dia 29 de fevereiro, para vagas de entrevistadoras. Podem participar da seleção mulheres a partir de 18 anos, com Ensino Médio completo. Serão disponibilizadas 18 vagas, com metade para titular e a outra para suplente. As inscrições podem ser feitas diretamente no 4º piso da Secretaria da Faculdade de Medicina (Famed). Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (53) 3237-4623 e (53) 9964-0205 ou pelo e-mail pesquisa.saude.rg@gmail.com
