SUSTENTABILIDADE

Jornada de Estudos Ambientais chama atenção para o déficit de áreas verdes

Ação reflete sobre impactos da destruição ambiental por meio de arte, oficinas, palestras e trilhas

Foto: Leonardo Oliveira/Secom

Iniciou na manhã da última segunda-feira, 6, a primeira edição do evento Jornada de Estudos Ambientais, fruto de uma realização conjunta entre diversos parceiros, organizados sob o Coletivo RioGrandeQuerVerde; um deles a FURG. A ação, desenvolvida no Pavilhão 4, teve como objetivo debater os impactos da destruição ambiental para a vida no planeta, em especial, a relevância das áreas verdes urbanas e o atual cenário de déficit das mesmas na cidade do Rio Grande, bem como a maneira com que sua falta afeta a cultura, a saúde e a conservação da sociobiodiversidade.

De acordo com o pró-reitor de Extensão e Cultura, Daniel Prado, a Jornada atingiu os seus objetivos, que, em resumo, consistiam na realização de diálogos entre o movimento ambientalista e a comunidade acadêmica e civil, sobre a preservação das áreas verdes e sua importância para a qualidade da vida em sociedade. “Dada essa proximidade com a comunidade e a participação ativa de representantes deste movimento, o evento se caracteriza como uma ação extensionista”, explicou o gestor.

A motivação para a organização deste encontro surgiu a partir de um debate recente na cidade do Rio Grande – e que aos poucos vem ganhando mais tração -, quando da derrubada de um bosque na entrada do Balneário Cassino. Isso acabou refletindo em uma série de mobilizações na esfera social como abaixo-assinados, reuniões com autoridades legislativas, audiências públicas e, eventualmente, resultou na criação do movimento RioGrandeQuerVerde.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda-se um mínimo de 12m² de áreas verdes por habitante. No município do Rio Grande, por exemplo, existe o registro oficial de apenas metade deste padrão. Dessa forma, a ação questiona sobre a influência deste déficit na qualidade de vida da população, na sua saúde mental, nos índices de violência, na conservação das espécies nativas, e a assim por diante.

Para abordar todas essas questões e promover a construção coletiva de alternativas para o combate e a mitigação desse cenário, o evento promoveu uma programação intensa de atividades durante os seus dois dias de ação, encerradas nesta terça-feira, 7. A jornada contou com oficinas, trilhas, mesa redonda e uma instalação artística, tudo para engajar o pensamento crítico de forma multidisciplinar e trazendo, novamente, a atenção dos participantes para os diversos setores de impacto destes históricos – e progressivos - danos ambientais.

Atividades: um olhar sobre o evento

O primeiro dia do evento teve como principais atividades uma performance do Projeto Turno2 da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e a revelação de uma instalação artística, localizada no interior do andar térreo do Pavilhão 4. A obra “Sem Título” é de autoria da artista rio-grandina Margarida Rache, que busca, por meio do fazer artístico, promover a reflexão sobre a relação intrínseca entre ser humano e a natureza.

“Nós, enquanto organização, entendemos a arte como uma plataforma também de discussão, como uma ferramenta de debate. Durante as atividades tivemos uma apresentação de um grupo de danças, vinculado à UFPel e, também, a constituição dessa instalação artística da cenógrafa Margarida Rache, que inclusive foi uma das ganhadoras do prêmio Açorianos, em 2018. A obra procura promover reflexão sobre o papel de interdependência entre nós e a natureza, e como as violências praticadas sobre a natureza refletem em violências praticadas conosco. Uma das simbologias ali retratadas é a atual guerra na Palestina, por exemplo, que representa a destruição dos elementos da natureza, por meio do conflito armado, incidindo marcas de morte na humanidade”, detalhou o pró-reitor.

Durante o segundo e último dia de atividades, os participantes – incluindo várias escolas da cidade -, puderam aproveitar uma trilha pelo Parque do Bolaxa e na região onde será criado o Parque das Caturritas, em uma ação que envolveu o contato com a natureza e a exploração da história destes trechos importantes de preservação ambiental no município; a atividade foi realizada pelo Grupo de Estudos e Extensão Movimento e Ambiente (GEEMA), da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Encerrando a programação estavam as oficinas, dividas por temáticas que abordaram temas como Direito Ambiental, Gestão Ambiental, Educação Ambiental, Atuação de ONGs e a Injustiça Ambiental no Extremo Sul do Brasil e do Uruguai. 

 

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Ação reflete sobre impactos da destruição ambiental por meio de arte, oficinas, palestras e trilhas

Leonardo Oliveira/Secom