A exposição "Múltiplo Leminski", sobre o escritor e poeta paranaense Paulo Leminski (1944-1989), foi aberta ao público nesta terça-feira, 6, em Rio Grande/RS. A mostra é gratuita e permanece em cartaz até o dia 30 de junho, na Galeria Espaço INComum, no Centro de Convivência do campus Carreiros da FURG.
Leminski apresenta uma produção extensa e considerada absolutamente relevante para a cultura brasileira, que abrange não só a literatura, pela qual é mais conhecido, mas outras formas de expressão artística. “Múltiplo Leminski” revela as facetas desse multiartista, abrangendo todas as suas atuações, com o objetivo de ampliar o conhecimento do público sobre a vida e a obra do curitibano.
A noite de estreia aconteceu na segunda-feira, 5, e contou com a presença do reitor em exercício da universidade, Renato Duro Dias, e de colaboradores da FURG. Visitantes ilustres como a filha do autor e uma das curadoras da exposição, Aurea Leminski, e o cantor e compositor Vitor Ramil, que se deslocou de Pelotas para conferir a mostra, também marcaram presença.
"Temos, aqui no Centro de Convivência, um movimento bastante significativo de estudantes; é um espaço para a fruição de todos nós, para que possamos observar, nos inspirar e poder também trazer boas recordações da universidade e daquilo que Leminski produziu", apontou o professor Renato Dias.
A exposição é dividida em nichos com as várias linguagens e áreas de atuação: painéis, fotos, vídeos, espaços cênicos, recortes de jornais e revistas, originais manuscritos e datilografados, histórias em quadrinhos e sonorização dos ambientes. A exposição traz todas as edições dos livros escritos por ele e os principais sobre sua obra, uma réplica de sua biblioteca e os livros que influenciaram diretamente sua produção, e ainda, o vasto repertório como letrista e compositor, recortes específicos da carreira de jornalista, publicitário e crítico por meio de materiais selecionados a partir do acervo particular da família. O material do acervo familiar inclui a máquina de escrever Remington, dos anos 1940.
Como tradutor, Leminski trouxe para a língua portuguesa textos de autores como Samuel Beckett, James Joyce e John Lennon. Como compositor, teve composições gravadas por estrelas da MPB como Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Ney Matogrosso e Moraes Moreira.
O professor Mauro Póvoas, do Instituto de Letras e Artes (ILA), que também coordena o Núcleo de Pesquisas Literárias da FURG, defende que Paulo Leminski trouxe "uma nova poesia na forma, no jeito de se expressar. Foi peça fundamental na poesia marginal dos anos 1970".
Para Aurea Leminski, é muito gratificante levar as ideias e a memória do pai aos mais diversos lugares. Desde 2012, a exposição percorreu dezenas de cidades, inclusive fora do país. "A literatura abre portas e janelas, e Leminski era uma usina de referências. Como ele mesmo dizia, eu aqui repito: espero que todos se divirtam. Não há muito mais a fazer neste mundo", ressaltou.
A visitação ao público em geral é de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 20h30. A entrada é franca. A atividade integra a programação da Agenda Social da universidade.
